Âncora causa revolta ao dizer que ser judeu é risco político
Ser de quase qualquer grupo minoritário na política é histórico e um marco. Ser judeu na política é arriscado e controverso”, rebateu Jaboc Helberg, conselheiro sênior da Palantir
A CNN americana está enfrentando uma onda de críticas depois que o âncora John King declarou que haveria “riscos” em colocar o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, como candidato democrata à vice-presidência, porque “ele é judeu”. A declaração de King gerou indignação nas redes sociais e entre especialistas, que classificaram o comentário como antissemitismo.
Desde o início da guerra entre Israel e Hamas em Gaza em outubro de 2023, houve um aumento significativo nos casos de antissemitismo e viés anti-Israel na imprensa e na sociedade em geral.
“Certamente ele está sendo considerado,” disse King na CNN na noite de domingo, referindo-se às discussões com aliados da vice-presidente Kamala Harris. “Ele é um governador de primeiro mandato, ele é judeu, pode haver alguns riscos em colocá-lo na chapa, mas certamente alguns de nossos eleitores aqui na Pensilvânia disseram: ‘Ei, gostamos do governador Shapiro, deem uma olhada nele,’” acrescentou.
A popular conta no X, StopAntisemitism, destacou o comentário ofensivo, apontando como seria diferente a resposta se outra minoria étnica fosse mencionada: “Substitua ‘judeu’ por ‘muçulmano’ ou ‘negro…’” Jaboc Helberg, conselheiro sênior da Palantir, criticou a CNN dizendo: “CNN POV: Ser de quase qualquer grupo minoritário na política é histórico e um marco. Ser judeu na política é ‘arriscado e controverso.’”
Arsen Ostrovsky, CEO do International Legal Forum, acrescentou: “Diz muito sobre o estado da política americana, e talvez especialmente nos círculos progressistas, que um dos ‘contras’ de Kamala Harris selecionar o governador Josh Shapiro como seu vice é que ele é judeu e a reação que isso pode causar.”
No Brasil, as denúncias de antissemitismo aumentaram quase 1000% em outubro de 2023 em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo levantamento da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). Atos antissemitas incluíram pichações com mensagens de ódio contra judeus em muros de sinagogas e cartazes com dizeres como “judeu, câncer do mundo”.
A imprensa frequentemente trata terroristas do Hamas mortos por Israel simplesmente como “palestinos”, sem contextualizar que eram membros de um grupo terrorista e combatentes. Isso mostra um viés anti-Israel na cobertura jornalística.
A ONU demonstra um viés desproporcional contra Israel, com a maioria das resoluções condenando países sendo direcionadas a Israel, enquanto nações com históricos de violações de direitos humanos recebem poucas condenações. A ONU também não considera o Hamas um grupo terrorista.
BBC e o Viés Anti-Israel
A BBC pediu desculpas mais uma vez por sua reportagem sobre as ações de Israel na Faixa de Gaza, novamente repercutindo a propaganda do Hamas sem a devida verificação dos fatos.
A tradicional emissora britânica ficou sob fogo cruzado após propagar em janeiro deste ano uma alegação não verificada do Hamas, acusando Israel de “execuções sumárias” de civis palestinos. Esse erro, que levou a uma correção e pedido de desculpas da emissora, é apenas o mais recente de uma série de falhas que suscitam preocupações sobre um viés anti-Israel na cobertura.
Os repetidos erros e comentários da BBC costumam ser alvo até de humoristas, como num programa popular de sátiras da TV israelense. Esse padrão começou a ficar evidente em novembro de 2023, quando a BBC distorceu um comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI) sobre uma operação no hospital Al-Shifa. Enquanto o comunicado original das FDI destacava a inclusão de equipes médicas e falantes de árabe treinados para evitar danos a civis, a BBC reportou que Israel estava mirando esses grupos. A emissora posteriormente admitiu o erro, descrevendo como “abaixo de nossos padrões editoriais”.
Em 10 de novembro de 2023, executivos da BBC reconheceram num evento na sinagoga de South Hampstead, em Londres, que a cobertura do conflito por parte da emissora poderia representar riscos para a comunidade judaica.
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