Tensão na vitória de Piastri no GP da Hungria
Controvérsia e pilotos reclamões marcaram a dobradinha da McLaren
Tivemos uma corrida bastante movimentada em Budapeste e, como ponto alto, a primeira vitória do australiano Oscar Piastri, da McLaren, sétimo ganhador diferente nessa temporada, mostrando como ela está mais competitiva que 2023.
Mas seu triunfo não foi sem alguma controvérsia, assim como outros lances da corrida, onde vimos uma supremacia da equipe dos carros laranja que há algum tempo já se desenhava.
Vamos à análise de quem ganhou e quem perdeu no Grande Prêmio da Hungria de Fórmula 1.
Quem ganhou:
Oscar Piastri. Ele venceu sobretudo por dar o bote na largada, ultrapassando seu companheiro Lando Norris, que caiu de primeiro para terceiro numa dividida na primeira curva. Mas além disso soube abrir e manter uma diferença suficiente para os demais até sua segunda parada de box, quando foi prejudicado, mas compensado em seguida.
McLaren. Sim, eles chamaram Norris para sua segunda parada de box antes de Piastri para se precaver dos rivais que vinham atrás e com isso se viram obrigados a dar ordem – de forma pouco firme, diga-se – para que devolvesse a posição, criando uma controvérsia desnecessária. Mas não temos como negar que largar chegar nos dois primeiros lugares não é positivo para eles.
Lewis Hamilton, conquistando seu 200º pódio na categoria e não “afinando” na dividida de posição com direito a batida de rodas posição com Max Verstappen.
Sergio Perez se recuperou de uma péssima classificação, onde bateu seu carro, e fez uma boa corrida, sem erros e chegou na zona de pontos. Foi brilhante? Não, mas se contextualizarmos suas últimas corridas, que a Red Bull já não tem um carro dos mais fáceis de se guiar e ele ainda estava com uma versão apenas parcial do novo pacote aerodinâmico, vejo seu desempenho como “copo meio cheio”.
Yuki Tsunoda. De novo, chegou na zona de pontos e fez um bom trabalho de formiguinha com o carro que dispõe, que é apenas razoável. Ricciardo também vinha bem, mas a equipe errou na sua estratégia de box
Aston Martin. Quase que não a coloco nessa lista. A equipe classificou-se um pouco melhor e terminou com ao menos um carro nos pontos numa pista que achavam que iriam sofrer. Isso mostra que o desempenho ao menos parou de despencar, ainda que não tenha dado esperanças de uma melhoria mais robusta “à la McLaren”, apesar de também ter trazido várias novidades para o seu carro. Erraram na estratégia de parada de Alonso, mas acertaram na de Stroll.
Quem perdeu:
Lando Norris. Largou da pole e largou mal, de novo, caindo para terceiro. Retomou a segunda posição e lá ficou, sem ameaçar o líder. No final, por uma precaução da equipe, teve o privilégio de fazer seu pit-stop primeiro, saindo artificialmente à frente de seu companheiro de equipe. A partir daí ficou fazendo beicinho para devolver a posição e foi emburrado ao pódio
Max Verstappen. Em fase de “prima donna”, reclamando de tudo no rádio: do carro, da estratégia, dos adversários, dos pneus e, de quebra, ainda quase passando reto numa disputa por posição com Hamilton, fazendo perder mais um posto, para Leclerc. Claro que piloto algum gosta de perder nem de sentir que seu carro já não é o melhor, mas vociferar publicamente não ajuda a equipe e se motivar a ajudá-lo.
Sauber. Chegou à Hungria com um carro cheio de novidades, mas infelizmente, talvez em parte pelas características mais travadas da pista, não conseguiu mostrar melhora palpável e seguiram longe de pontuar. Vamos ver se nesse próximo final da semana, já sob o comando de um novo chefão (o ex-Ferrari Mattia Binotto), o carro mostra potencial maior.
Alpine. A equipe francesa que já flerta abertamente com o abandono dos motores próprios nos anos seguintes, o que seria uma tremenda admissão de fracasso para sua engenharia, ficou longe dos pontos com Ocon. Gasly, mais uma vez, abandonou a corrida logo no começo por problemas mecânicos. Como pretendem convencer Carlos Sainz a ir para lá com esses resultados?
Ferrari. Mais uma corrida tímida dos italianos, que nem parecem os mesmos que venceram o GP de Mônaco, uma pista com características parecidas.
De toda forma, a etapa já desse próximo fim de semana deverá ser interessante, tanto por ser em Spa-Francorchamps, uma pista de características de alta velocidade, o que pode embaralhar um pouco o jogo de forças entre as equipes.
Além disso, por ser a última corrida da Fórmula 1 antes da pausa de férias de 4 semanas que tiram nessa época do ano, é quando pilotos e equipes ainda indefinidos para o ano seguinte costumam decidir seus futuros, ainda que nem sempre o façam publicamente.
Eis o resultado do GP da Hungria de F1:
1 – Oscar Piastri (McLaren/Mercedes)
2 – Lando Norris (McLaren/Mercedes)
3 – Lewis Hamilton (Mercedes)
4 – Charles Leclerc (Ferrari)
5 – Max Verstappen (Red Bull/Honda RBPT)
6 – Carlos Sainz (Ferrari)
7 – Sergio Pérez (Red Bull/Honda RBPT)
8 – George Russell (Mercedes)
9 – Yuki Tsunoda (RB/Honda RBPT)
10 – Lance Stroll (Aston Martin/Mercedes)
11 – Fernando Alonso (Aston Martin/Mercedes)
12 – Daniel Ricciardo (RB/Honda RBPT)
13 – Nico Hülkenberg (Haas/Ferrari)
14 – Alexander Albon (Williams/Mercedes)
15 – Kevin Magnussen (Haas/Ferrari)
16 – Valtteri Bottas (Sauber/Ferrari)
17 – Logan Sargeant (Williams/Mercedes)
18 – Esteban Ocon (Alpine/Renault)
19 – Zhou Guanyu (Sauber/Ferrari)
Abandonou – Pierre Gasly (Alpine/Renault)
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