Descoberto fóssil de tatu gigante com cortes feitos por humanos
Descoberta de ferramentas de pedra no Vale da Pedra Furada, Piauí, sugere presença humana na América do Sul há 24 mil anos.
Uma equipe de pesquisadores liderada por Miguel Delgado, na Argentina, trouxe à luz nova evidência que desafia as estimativas tradicionais sobre a chegada dos primeiros humanos nas Américas. Uma recente descoberta na região de Buenos Aires mostra que ferramentas de pedra foram usadas para abater um antigo parente dos tatus modernos, o Neosclerocalyptus, uma criatura da era do gelo com aproximadamente 300 quilos.
O Que Representa Este Achado?
Os cortes meticulosamente analisados nos ossos fossilizados desse tatu gigante demonstram a habilidade humana de utilizar ferramentas específicas para extração de recursos, um indicativo claro de uma presença humana bem antes do que se pensava anteriormente. Combinado com outras descobertas, como pegadas fossilizadas e ossos perfurados de preguiças gigantes no Brasil, este achado ajuda a esboçar um cenário em que seres humanos já estavam ativos no extremo sul das Américas há mais de 21.000 anos.
Como os Primeiros Humanos Chegaram até Lá?
Durante o Último Máximo Glacial, grandes camadas de gelo cobriam vastas áreas do norte do continente, o que dificultava a migração de grupos humanos da Ásia através do estreito de Bering. Isso sugere que a chegada de humanos ao continente americano pode ter acontecido significativamente antes dessa grande glaciação, utilizando rotas ainda desconhecidas pela ciência moderna.
Processo de Datação e Análise dos Fósseis
- Datado entre 20.811 e 21.090 anos, através de técnicas de radiocarbono.
- Exame detalhado das marcas, descartando outras causas naturais ou animais.
- Assinaturas consistentes com o uso de ferramentas de pedra pelos humanos.
Impacto Cultural e Científico da Descoberta
Este estudo não apenas joga luz sobre a capacidade adaptativa e de sobrevivência dos primeiros moradores das Américas, mas também impulsiona uma revisão dos modelos de povoamento humano em outros continentes. As marcas de corte no tatu não são aleatórias; elas representam uma ação deliberada e especializada, sugerindo que esses primeiros habitantes tinham conhecimentos sofisticados de caça e processamento de carne.
Além de fornecer uma nova perspectiva sobre a história humana primitiva, os insights obtidos a partir desses vestígios redefinem nossa compreensão sobre as estratégias de subsistência adotadas pelos nossos ancestrais em ambientes desafiadores e na presença de megafauna que hoje só conhecemos através de fósseis.
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