Agora até Tolkien é “extrema-direita”
Apresentadora da MSNBC faz alegação absurda e mostra como a cultura woke está minando a credibilidade de parte da imprensa
Rachel Maddow, apresentadora da MSNBC americana, fez uma alegação absurda e constrangedora ao conectar “O Senhor dos Anéis” à “extrema-direita” durante a Convenção Nacional Republicana.
Segundo Maddow, figuras da “extrema-direita”, tanto nos EUA quanto na Europa, frequentemente fazem referências culturais à obra de J.R.R. Tolkien. Entre os exemplos citados, estão Peter Thiel, que nomeou sua empresa Palantir, e JD Vance, com sua empresa de capital de risco chamada “Narya”, um dos Anéis de Poder na mitologia de Tolkien.
A interpretação de Maddow foi amplamente ridicularizada por ser exagerada e infundada. “O Senhor dos Anéis” é uma obra literária apreciada por pessoas de diversas orientações políticas, e não há quaisquer evidências de que a obra tenha conotação política específica ou que seja predominantemente amada por grupos de “extrema-direita”.
A tentativa de associar o nome “Narya” ao termo “ariano” foi particularmente criticada, pois Narya é simplesmente um dos três Anéis de Poder dados aos elfos na narrativa de Tolkien e não tem qualquer ligação com ideologias raciais.
“O Senhor dos Anéis”: fenômeno cultural que já nasceu clássico
O sucesso de “O Senhor dos Anéis” é indiscutível. Os livros venderam mais de 150 milhões de cópias globalmente e foram traduzidos para mais de 40 idiomas. Em 1999, os volumes que compõem a saga foram eleitos o “Livro do Milênio” em uma pesquisa da Amazon e, em 2003, a “Melhor Obra Literária de Todos os Tempos” em uma pesquisa da BBC.
No cinema, a trilogia dirigida por Peter Jackson arrecadou aproximadamente 2,991 bilhões de dólares mundialmente. Os três filmes ganharam um total de 17 Oscars, incluindo “Melhor Filme” para “O Retorno do Rei”, que sozinho levou 11 Oscars, empatando com “Ben-Hur” e “Titanic” como os filmes mais premiados na história do Oscar. A trilogia tem uma média de 93% de aprovação no Rotten Tomatoes.
O impacto cultural de “O Senhor dos Anéis” é imenso. A obra de Tolkien influenciou profundamente a literatura de fantasia e inspirou autores como C.S. Lewis, autor de “As Crônicas de Nárnia”, e George R.R. Martin, criador da série “As Crônicas de Gelo e Fogo”, que deu origem à série “Game of Thrones”.
A complexidade dos mundos criados por Tolkien, seus personagens profundos e suas tramas intricadas estabeleceram um novo padrão para a literatura de fantasia e continuam a inspirar escritores e fãs ao redor do mundo.
As afirmações de Maddow sobre “O Senhor dos Anéis” e sua suposta conexão com a “extrema-direita” são, no mínimo, equivocadas e merecem ser ridicularizadas. A obra de Tolkien é um clássico da literatura que transcende divisões políticas e culturais, sendo apreciada por uma vasta gama de leitores ao redor do mundo.
Essa alegação ilustra como a cultura woke e o ativismo de extrema-esquerda podem minar a credibilidade da imprensa ao distorcer fatos e criar narrativas absurdas. Transformar um gosto literário universal em uma conspiração política não contribui para o debate público e apenas serve para alienar ainda mais os espectadores.
A obra de J.R.R. Tolkien merece ser reconhecida pelo seu valor literário, não usada como uma ferramenta em batalhas ideológicas.
A cultura woke e a obra de Tolkien
A série “Os Anéis de Poder”, produzida pela Amazon, já foi amplamente criticada por fãs e especialistas por sua falta de fidelidade ao material original de Tolkien.
Youtubers populares nos EUA como Nerdrotic e The Critical Drinker descreveram a série como um “desastre total” e um “pesadelo de um bilhão de dólares”, criticando severamente o roteiro, a caracterização e as mudanças em relação ao material fonte.
No Rotten Tomatoes, a discrepância entre a avaliação dos críticos (83%) e a do público (38%) mostra como o público não se deixa mais levar pela opinião autorizada de críticos com motivações ideológicas ou com relações inconfessáveis com os estúdios.
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