Koryoin: o povo que tenta se reintegrar na Coreia do Sul
Artigo sobre os desafios de integração de imigrantes Koryoins na Coreia do Sul, seu legado de migração e complexidades de assimilação em uma sociedade homogênea.
A imigração é um fenômeno global que traz tanto oportunidades quanto desafios. Na Coreia do Sul, a integração de imigrantes Koryoin, coreanos étnicos do extremo leste da Rússia e da Ásia Central, destaca a complexidade dessa realidade. Recentemente, o foco tem sido em Asan, um vívido exemplo do crescimento populacional Koryoin e dos desafios de assimilação decorrentes.
Os Koryoins começaram a se estabelecer na Coreia do Sul em números crescentes a partir de 2014, aproveitando as mudanças nas leis de imigração que facilitavam a reunificação familiar. Cidades industriais como Asan viram um aumento significativo no número desses imigrantes, transformando o panorama demográfico e social local.
O que é um Koryoin?
Koryoins são descendentes de coreanos que migraram para áreas do Império Russo no século XIX e início do século XX. Durante décadas, viveram em nações como Uzbequistão e Cazaquistão, muitas vezes sob restrições severas, como a proibição de falar coreano. Muitos desses descendentes perderam o contato com sua língua e cultura originais, que agora estão redescobrindo ao se mudarem para a Coreia do Sul.
Desafios Educacionais Enfrentados por Estudantes Koryoin
Em escolas como a Escola Primária Dunpo em Asan, cerca de 80% dos alunos são considerados multiculturais, com a maioria sendo Koryoins que falam russo. Isso representa um desafio tanto para os alunos quanto para o corpo docente, pois barreiras linguísticas podem impedir uma efetiva comunicação e aprendizado. A escola tem se esforçado em oferecer aulas de coreano, mas ainda há uma nota preocupação relativa à adequação dessas aulas diante das crescentes necessidades.
Integração Social e Econômica dos Koryoins
Além dos desafios educacionais, há também questões de integração no mercado de trabalho. Muitos Koryoins encontram emprego em fábricas, como as subcontratadas pela Hyundai Motor em Asan. A taxa de trabalho entre os Koryoins é alta, mas muitos enfrentam condições de trabalho desfavoráveis e a renovação de seus vistos depende de políticas que nem sempre consideram a necessidade de estabilidade a longo prazo.Ni Denis, um imigrante Koryoin, reflete sobre isso ao observar que a maioria de seus colegas são também Koryoins, indicando uma segregação implícita também no ambiente de trabalho.
- Escolas lutam para atender às necessidades educacionais dos estudantes multiculturais.
- Fábricas empregam um número elevado de Koryoins, que muitas vezes são vistos apenas como mão-de-obra temporária.
- A comunidade local nem sempre aceita os imigrantes Koryoin, levando a uma segregação residencial.
A situação dos Koryoins na Coreia do Sul ocorre em um momento de envelhecimento populacional e baixa taxa de natalidade, o que exacerbou a necessidade de políticas de imigração mais eficazes. Observadores como Lee Chang-won e Seong Dong-gi, especialistas locais, argumentam que é necessário repensar a política de imigração para considerar não apenas as necessidades imediatas de mão-de-obra, mas também a integração a longo prazo desses imigrantes.
Os Koryoins, com seu complexo legado de migração e deslocamento, continuam a moldar a tessitura social e cultural da Coreia do Sul. Suas experiências destacam a importância da empatia, do entendimento e de políticas inclusivas que podem conduzir a uma sociedade verdadeiramente diversificada e integrada.
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