“O que estão esperando, o enterro de María Corina Machado?”
“A comunidade internacional está em silêncio, o que estão esperando, o enterro de María Corina Machado ou o cancelamento das eleições? Por favor, senhor Lula da Silva, senhor Gustavo Petro, senhor Joe Biden, acordem, façam alguma coisa ou digam alguma coisa, vocês mesmos pediram a realização dessas eleições”, exortou ex-presidente da Bolívia
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, informou, nesta quinta-feira, 18 de julho, que na madrugada ela e sua equipe sofreram um atentado em Barquisimeto, estado de Lara, após dois dos veículos em que viajavam terem sido vandalizados, além de terem seu combustível drenado e os freios cortados.
O ex-presidente da Bolívia Jorge Tuto Quiroga e a ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso comentaram sobre a sabotagem no programa La Tarde, da NTN24.
Quiroga pediu apoio da comunidade internacional, principalmente dos governos do Brasil, Colômbia e Estados Unidos: “A comunidade internacional está em silêncio, o que estão esperando, o enterro de María Corina Machado ou o cancelamento das eleições? Por favor, senhor Lula da Silva, senhor Gustavo Petro, senhor Joe Biden, acordem, façam alguma coisa ou digam alguma coisa, vocês mesmos pediram a realização dessas eleições”, exortou o ex-presidente da Bolívia.
Preocupação
“Isso causa enorme preocupação e é claro que hoje em dia veremos mais acontecimentos como este de um regime desesperado, que se sabe derrotado nas ruas e que tem tentado de tudo para deter a força que María Corina Machado despertou nos venezuelanos”, enfatizou.
A ex-presidente panamenha também expressou sua preocupação pela vida de María Corina Machado após este ataque: “Vimos no mundo que para os candidatos presidenciais, o governo no poder oferece segurança para cuidar deles, mas na Venezuela é o contrário, estão atacando quem cuida de María Corina Machado e Edmundo González e o que nos preocupa é que vão atentar contra a vida de María Corina”.
Banho de sangue e guerra civil
Durante um pronunciamento, na quarta-feira, 17 de julho, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fez ameaças, caso perca a eleição:
“O destino da Venezuela no século 21 depende de nossa vitória em 28 de julho. Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, discursou o tirano da Venezuela
Questionado sobre as ameaças de Maduro, o governo brasileiro avaliou que as declarações são apenas retórica, devido aos resultados das pesquisas de opinião que deixam o líder venezuelano atrás do seu principal adversário, Edmundo González.
Procurado, o Itamaraty informou que não vai se manifestar a respeito da situação no país vizinho. De acordo com um diplomata, a eleição da Venezuela é um assunto dos venezuelanos e o Brasil precisa ser chamado, para que não haja a interpretação de que há interferência brasileira em assuntos internos.
À TV Globo, na última quinta-feira, Amorim disse, em Washington, que a fala de Nicolás Maduro “não é desejável”. Ele disse que tem mantido contato com os dois lados e que acredita que a eleição transcorrerá sem problemas.
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) se pronuncia
Na sequência da denúncia feita por Corina Machado sobre a vandalização dos veículos nos quais ela e a sua equipe são transportadas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou os acontecimentos através de uma mensagem publicada na rede social X.
“A CIDH condena o ataque relatado por María Corina Machado, no qual foram cortados os cabos dos freios de seu veículo, ocorrido em 18 de julho em Barquisimeto, estado de Lara”, escreveu o órgão, instando as agências venezuelanas a realizarem uma investigação sobre o caso.
“A CIDH insta o Estado a garantir a segurança de todas as pessoas com liderança política, bem como a investigar de forma diligente e independente estes acontecimentos e a punir os responsáveis”, solicitou.
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