Governo prevê PIB menor e inflação maior para ano que vem
Piora nas expectativas reflete manutenção dos juros altos, que impacta o PIB, e alta do dólar, que pressiona os preços
O Boletim MacroFiscal da SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Fazenda revisou as projeções para o próximos anos. Para o ano de 2024, o documento manteve as estimativas para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2,5%, mas aumentou a expectativa para a inflação de 3,70% no relatório anterior, divulgado em maio, para 3,90% agora.
No documento, a equipe econômica também piorou os números esperados para o próximo ano, com queda no crescimento e aumento dos preços. Para o PIB de 2025, o boletim cortou a previsão de 2,8% para 2,6%, em função “da pausa no corte de juros pelo Banco Central em 2024“, argumenta o texto.
Para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do ano que vem, a estimativa passou de 3,20% para 3,30% com incorporação da “expectativa de maior cotação do dólar“. A depreciação do câmbio também foi o motivo para a piora nas estimativas para a inflação neste ano.
Nos anos seguintes, a SPE acredita que a pressão sobre os preços deve voltar a convergir para a meta e aposta que a nova sistemática, que considera a inflação para o acumulado em doze meses pode ajudar.
“Essa mudança retira sazonalidade das decisões de política monetária e reduz incentivos a distorções tributárias praticadas no passado para reduzir os preços de maneira artificial. É positiva ainda por estabelecer que a autoridade monetária comunique as ações a serem adotadas para conter o processo inflacionário sempre que a inflação se desviar do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, e não apenas após descumprimento da meta em dezembro“, aponta o boletim.
O relatório mostra ainda a piora nas estimativas para o resultado primário entre 2025 e 2027. “A mediana das projeções é de déficit de R$ 95,34 bilhões para 2025 (acréscimo de R$ 31,75 bilhões em relação a janeiro/2023), de R$ 82,29 para 2026 (incremento de R$ 44,23 bilhões em relação a janeiro/2023) e de R$ 62,89 bilhões para 2027 (aumento de R$ 60,71 bilhões em relação a janeiro/2023)” afirma o texto.
Ainda de acordo com o documento a deterioração das expectativa foi resultado da mudança nas metas fiscais dos anos em questão. “A alteração das metas de resultado primário para esses anos no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 certamente influíram para essa revisão.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)