Comitê independente confirma fraude nas Americanas
Comitê investigou a fraude apontada pelo ex-CEO da empresa, Sérgio Rial, que acabou deixando a companhia após a denúncia
A Americanas divulgou o resultado das investigações promovidas por um Comitê Independente criado pela companhia para avaliar o rombo de cerca de 20 bilhões de reais identificado há mais de uma ano e meio.
De acordo com o Fato Relevante, divulgado na noite de terça-feira, 16, o Comitê confirmou a existência de fraude contábil.
“As evidências apresentadas pelo Comitê confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta Fornecedores, por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como “risco sacado”, dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da Companhia“, afirma o documento divulgado pela Americanas.
A companhia também reforçou que os responsáveis por “por comandar ou orquestrar as fraudes identificadas não mais integram os quadros da companhia“.
O Conselho de Administração da empresa orientou a Diretoria que, juntamente com os advogados, tome as providências necessárias para a comunicação às autoridades competentes – Ministério Público Federal, Polícia Federal, Comissão de Valores Mobiliários e demais autoridades.
Além disso, o colegiado também orientou a Diretoria a avaliar as medidas a serem adotadas para a defesa dos interesses sociais da Americanas e o ressarcimento pelos prejuízos causados.
Em janeiro do ano passado, a empresa disse ter encontrado “inconsistências contábeis” de mais de 20 bilhões de reais nos balanços da companhia.
O rombo foi revelado pelo recém-empossado CEO da empresa, Sérgio Rial, que acabou deixando a Americanas poucas semanas depois. De lá para cá, a companhia vem lidando com as dificuldades do processo de recuperação judicial, de 40 bilhões de reais – um dos maiores do gênero na história corporativa nacional.
Para a Polícia Federal, que também investiga o caso, a fraude custou mais de 25 bilhões de reais à Americanas. O ex-CEO da companhia Miguel Gutierrez é um dos principais alvos da investigação e chegou a ser preso na Espanha no final de junho, mas foi solto um dia depois pela polícia espanhola após entregar o passaporte.
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