Biden reconhece erro ao pedir "mira" apontada para Trump Biden reconhece erro ao pedir "mira" apontada para Trump
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Biden reconhece erro ao pedir “mira” apontada para Trump

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 16.07.2024 07:53 comentários
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Biden reconhece erro ao pedir “mira” apontada para Trump

Presidente enfrenta críticas por retórica inflamada enquanto campanha democrata tenta se reerguer

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Alexandre Borges
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Biden reconhece erro ao pedir “mira” apontada para Trump
Trump mira

O presidente Joe Biden admitiu, em entrevista à NBC, que foi um “erro” afirmar que queria colocar uma “mira” no ex-presidente e atual candidato republicano Donald Trump.

A declaração ocorreu durante uma chamada privada com doadores na semana passada, quando Biden tentava fortalecer sua candidatura entre os principais segmentos do partido. Na ocasião, ele declarou estar “cansado” de falar sobre seu fraco desempenho no debate e disse que era “hora de colocar Trump na mira”.

Biden reconheceu o exagero em sua retórica, mas a mídia tratou o deslize com mais indulgência em comparação com figuras políticas de direita em situações semelhantes. Historicamente, políticos conservadores têm sido alvo de críticas mais intensas por declarações inflamatórias.

Quando Sarah Palin, ex-governadora do Alasca, usou uma linguagem semelhante sobre “miras” em distritos eleitorais de opositores, a reação da mídia foi implacável, acusando Palin de incitar violência. A cobertura do caso levou a uma condenação imediata. Comparativamente, Biden recebeu uma cobertura mais complacente, com foco em sua admissão de erro e na retórica de Trump como um fator atenuante.

Na entrevista com Lester Holt da NBC, Biden expandiu sua crítica, afirmando que o senador J.D. Vance, escolhido como vice na chapa de Trump, compartilha as mesmas políticas em temas como aborto, impostos e mudanças climáticas. “Ele assinou a agenda de Trump, o que deveria fazer, se está concorrendo com ele”, disse Biden.

Apesar da gravidade do incidente recente, quando Trump sofreu uma tentativa de assassinato durante um comício na Pensilvânia, Biden afirmou que continuará focado em Trump. “Como você fala sobre a ameaça à democracia, que é real, quando um presidente diz coisas como ele diz? Você simplesmente não diz nada porque isso pode incitar alguém?”

A campanha de Biden rapidamente retomou suas atividades, criticando a escolha de Vance e enfatizando que ele ajudaria a promover a agenda extrema de Trump. Biden também ligou para Trump após a tentativa de assassinato, descrevendo a conversa como “muito cordial”.

Enquanto Biden enfrenta críticas dentro do próprio partido e tenta mostrar que está apto para o cargo, a campanha republicana prepara ataques severos durante a Convenção Nacional Republicana. Biden, por sua vez, segue firme em sua candidatura, apesar das pressões para que se retire da corrida.

E se fosse um político de direita?

A admissão de erro de Biden foi tratada com certa condescendência pela mídia. No entanto, é difícil não se perguntar como a imprensa reagiria se uma figura política de direita tivesse feito uma declaração semelhante.

Essa disparidade no tratamento midiático levanta questões importantes sobre imparcialidade e isonomia. Em uma sociedade cada vez mais preocupada com palavras e seu impacto, onde pronomes, desconstrução e correção política dominam o discurso público, é crucial que todos os lados do espectro político sejam tratados com a mesma medida de rigor e escrutínio.

A declaração de Biden, mesmo reconhecida como um erro, não pode ser trivializada. As palavras têm poder, e a responsabilidade de um presidente ao usá-las é enorme. O tratamento diferenciado entre figuras públicas de diferentes espectros políticos mina a confiança pública na mídia e reforça percepções de parcialidade.

Se a sociedade realmente acredita que “palavras matam” e que a retórica pode incitar violência, então esse princípio deve ser aplicado uniformemente, independentemente de quem esteja no centro da controvérsia. Somente assim poderemos avançar para um debate público mais justo e equilibrado.

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