Investidores atentos à fala de Galípolo
Favorito para ocupar a cadeira de Roberto Campos Neto no BC, diretor de política monetária fala em evento aberto nesta terça-feira, 16
Em dia de agenda de indicadores econômicos fracos, o mercado financeiro local deve se concentrar na participação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, no Fórum do Sicredi, na tarde desta segunda-feira, 16.
Galípolo, que tem sido apontado como um dos favoritos para assumir a vaga de Roberto Campos Neto na Presidência da autarquia, terá a chance de avaliar as falas recentes do presidente do FED (Federal Reserve), Jerome Powell, que ajudaram a reprecificar a curva de juros americana para três cortes até o fim deste ano.
A expectativa do mercado é que o diretor do BC aponta quais os possíveis impactos na Selic em função da melhora no sentimento com os juros americanos. Até o fechamento de segunda-feira, 15, os investidores locais continuavam a precificar pelo menos duas altas na taxa básica de juros no Brasil.
Para o mercado, ainda há dúvidas sobre o compromisso do governo Lula com o equilíbrio das contas públicas. Desde as falas do petista para acalmar o mercado depois dos ataques contra a autonomia do Banco Central e o corte de gastos, não houve nenhuma medida concreta que apontasse para algum controle nas despesas.
O receio agora é sobre qual será o contingenciamento adotado pela equipe econômica na segunda-feira, 22, na avaliação bimestral do orçamento. Um levantamento apresentado, na quinta-feira, 15, pelo BTG Pactual com 33 participantes do mercado apontou que 67% dos entrevistados acreditam que o governo implementará um bloqueio entre 5 bilhões de reais e 10 bilhões de reais, enquanto que para 51% dos consultados acreditam que seriam necessários mais de 15 bilhões em restrições para fechar a conta e mostrar compromisso com o déficit zero.
O descompasso tem pressionado os juros futuros e a moeda nacional. Nos últimos três dias, o dólar avançou 0,54% sobre o real, que permanece como a segunda divisa com a pior performance entre os emergentes em 2024, atrás apenas do peso argentino.
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