Os mísseis de Israel para equipar o Brasil
Esta entrega ocorre em um contexto da tensão na fronteira entre Venezuela e Guiana, especialmente diante das ameaças do ditador Nicolás Maduro
O Brasil recebeu recentemente uma carga de mísseis Spike LR2 de Israel, destinada a fortalecer a defesa anticarro do Exército brasileiro. Os mísseis foram transportados de Tel-Aviv para o Rio de Janeiro em uma aeronave KC-390 do 1º Grupo de Transporte de Tropa da Força Aérea Brasileira (FAB). Esta entrega ocorre em um contexto de crescente tensão na fronteira entre Venezuela e Guiana, especialmente diante das ameaças do regime ditatorial de Nicolás Maduro, informou reportagem do Estadão.
Os mísseis foram adquiridos pelo Brasil em 2021, com previsão de entrega para outubro de 2022. No entanto, a entrega foi adiada em meio a mudanças significativas na geopolítica mundial, incluindo a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin, ataques do Hamas a Israel, e ameaças de Maduro à Guiana. Após um ano e meio de espera, a Rafael Advanced Defense Systems Ltd decidiu entregar os mísseis, exigindo apenas o envio de uma aeronave militar para o transporte.
A remessa inclui, além dos mísseis, dez lançadores, dez simuladores e diversos equipamentos de apoio. Esta aquisição visa aumentar a capacidade dissuasória do Brasil, especialmente em Roraima. A entrega dos mísseis também se alinha a outra aquisição militar significativa: 36 viaturas blindadas de combate com obuseiros de 155 mm autopropulsados sobre rodas, fornecidos pela Elbit Systems e suas subsidiárias brasileiras.
Planejamento e reorganização do Exército
O Exército brasileiro informou que a criação de uma companhia especializada em combate anticarro já estava prevista em planejamentos estratégicos anteriores. A nova unidade será estabelecida no interior de São Paulo, integrando a 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada. Esta brigada será equipada com veículos blindados e terá a capacidade de ser empregada em qualquer parte do território nacional.
Segundo o Estadão, os principais armamentos da nova companhia serão os mísseis Spike, com alcance de 5 km, e o Míssil Superfície-Superfície 1.2 AC, com alcance de 3,5 km. O Exército realizou testes com o MSS 1.2 AC em maio, preparando-se para a implantação da nova unidade, que contará com aproximadamente 120 militares.
Tensão na fronteira com a Guiana
Inicialmente, o plano do Exército era distribuir os mísseis por unidades no Rio Grande do Sul. Contudo, a escassez de equipamento e a instabilidade na fronteira norte levaram à centralização dos recursos. Nos próximos três anos, o Exército planeja investir até R$ 2,5 bilhões em forças blindadas, adquirindo novos mísseis e viaturas de combate.
A proximidade das eleições na Venezuela aumenta a tensão na região, com ameaças de Maduro de ações armadas no território de Essequibo, na Guiana. O general Domingo Hernández Lárez, das Forças Armadas Bolivarianas, continua a exibir imagens de treinamento militar na fronteira, intensificando o clima de incerteza.
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