Israel: 1º relatório do 7 de outubro aponta falhas na defesa
Principais falhas da defesa de Israel envolveram o atraso no envio de forças de segurança ao local; relatório se limita ao Kibutz Be'eri
As Forças de Defesa de Israel (FDI) publicaram o primeiro relatório oficial sobre os acontecimentos de 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o sul israelense e mataram mais de 100 pessoas e sequestraram outras 250.
O documento, divulgado nesta sexta-feira, 12 de julho, se limita aos incidentes ocorridos no Kibutz Be’eri.
Segundo o documento, as próprias FDI reconhecem que falharam no episódio: “A equipe de investigação determinou que as FDI falharam em sua missão de proteger os residentes do Kibutz Be’eri”.
As principais falhas envolveram o atraso no envio de forças de segurança ao local.
“O Chefe do Estado-Maior General [Herzi Halevi] referiu que a questão crítica em todos os inquéritos de batalha é a razão do atraso na chegada das forças de segurança no início dos combates nas comunidades. O Chefe do Estado-Maior General salientou que este inquérito fornece a principal resposta de que os ataques simultâneos a muitas comunidades e postos militares, bem como as estradas de acesso bloqueadas, dificultaram o cumprimento da nossa missão”, acrescenta.
O documento então cita as razões específicas para o atraso, dentre elas duas envolvem responsabilidade direta das FDI.
“Forças esperando fora do kibutz – A partir da tarde, as forças esperavam fora do kibutz enquanto o massacre continuava lá dentro. Esta situação é extremamente grave e não pode ocorrer. Descobriu-se que as razões para isso incluem que os comandantes que chegaram com forças entraram no kibutz com uma parte da força para entender melhor a situação; algumas forças não iniciaram o contacto porque não compreendiam a gravidade da situação e a falta de forças adequadas; alguns dos que esperavam do lado de fora eram forças de apoio que forneciam um perímetro para aqueles envolvidos em combate dentro do kibutz. Temos de clarificar uma directiva clara – numa tal situação, todas as forças devem entrar na área de conflito e fazer tudo o que puderem para pôr fim ao massacre de civis. A partir das 13h30, muitas forças de combate das FDI, ISA [serviço de Inteligência] e da Polícia de Israel começaram a se reunir no kibutz. Estas forças iniciaram contacto e lutaram brava e corajosamente até segunda-feira de manhã, após a qual todos os terroristas no kibutz foram mortos.
Priorizar a Protecção Civil em detrimento da Protecção das Forças de Segurança – Em alguns casos, as forças de segurança lutaram para defender uma posição e evacuar e tratar os soldados feridos antes de o fazerem para os civis. O inquérito concluiu que estes casos se deviam a dificuldades na formação de uma avaliação situacional completa, levando as forças sob ataque a agirem em legítima defesa. É imperativo reforçar a directiva para dar prioridade à protecção civil como a missão de maior prioridade antes de fazer qualquer outra coisa. Os soldados devem sempre dar prioridade à assistência aos civis na evacuação, na defesa e em qualquer outra necessidade que surja numa zona de combate. Este é um valor crucial que deve estar enraizado nos soldados desde a formação básica e seguintes. Deve-se notar que também houve casos em que este ideal foi defendido pelos soldados”, afirma.
O que mais diz o relatório?
O documento também aponta o número estimado de terroristas que participaram do massacre diretamente, assim como as baixas.
“As descobertas revelam que aproximadamente 340 terroristas infiltraram-se no kibutz, incluindo cerca de 100 agentes terroristas Nukhba do Hamas, que levaram a cabo massacres assassinos, raptos de reféns, pilhagens e outros crimes brutais. De acordo com estimativas atualizadas da equipe de investigação, cerca de 100 terroristas foram eliminados no kibutz. As casas do kibutz sofreram grandes danos e espera-se que o processo de recuperação do kibutz demore muito tempo”, diz o relatório.
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