“Defendia a revolução, mas cansei de ver pessoas morrendo de fome”
Carolina Leal, fundadora da instituição de caridade 'Feeding a Dream', que já foi apoiadora do presidente socialista venezuelano Nicolás Maduro e, antes disso, o seu antecessor Hugo Chávez, passa agora os seus dias alimentando crianças famintas e por vezes desnutridas em Maracaibo, no estado venezuelano de Zulia
Carolina Leal, fundadora da instituição de caridade ‘Alimentando um Sonho’, que já foi apoiadora do presidente socialista venezuelano Nicolás Maduro e, antes disso, o seu antecessor Hugo Chávez, passa agora os seus dias alimentando crianças famintas e por vezes desnutridas em Maracaibo, no estado venezuelano de Zulia.
“Eu costumava defender a revolução”, disse Leal. Mas cansei de ver pessoas morrendo de fome.”
“Salvamos vidas, vimos brilhar os olhos de muitas crianças, o que é o mais gratificante”, disse Leal, 47 anos, enquanto segurava Juan Camilo, um bebê de três meses, que é alimentado pela fundação.
Todas as semanas, de segunda a sexta-feira, Leal serve 200 almoços em sua garagem para crianças do bairro Altos de Milagro Norte, zona oeste de Maracaibo, distribuindo sopa, frango e arroz, cereais e muito mais.
A instituição de caridade, que é financiada por doações, atende pelo menos dois casos de crianças desnutridas por semana. “Temos dado vida, simplesmente dando-lhes esperança, uma refeição que eles gostem e que os faça sentir valiosos”, disse Leal.
Nos últimos 10 anos, o produto interno bruto da Venezuela diminuiu cerca de 73%. Embora Maduro tenha relaxado os controles cambiais e outras regulamentações para impulsionar a economia em 2019, a Venezuela sofre ainda do segundo maior nível de fome na América do Sul, depois da Bolívia, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
Já são 7,7 milhões de venezuelanos em situação de refúgio e migração pelo mundo, segundo a OIM (Organização Internacional para as Migrações). Desse número, 6,6 milhões vivem em países da América Latina e do Caribe —o Brasil tornou-se o terceiro destino mais procurado, atrás apenas da Colômbia e do Peru
A Venezuela vota no seu próximo presidente em 28 de julho e a situação desesperadora em que muitos vivem estará na mente das pessoas. Maduro, que está no poder desde 2013, espera conquistar um terceiro mandato em julho, concorrendo contra o candidato da oposição Edmundo González, um ex-diplomata apoiado por Maria Corina Machado.
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