As rotas do Comando Vermelho no Amazonas
Alvos de operação da Polícia Civil são membros do Comando Vermelho e uma facção aliada que opera no Amazonas
A Polícia Civil realiza uma operação para cumprir 26 mandados de prisão contra suspeitos de lavagem de dinheiro ligada ao tráfico de drogas, na manhã desta terça-feira, 9. Os alvos são membros do Comando Vermelho, um dos maiores grupos criminosos do Brasil, com atuação predominante no estado do Rio de Janeiro, e uma facção aliada que opera no Amazonas.
A ação ocorre simultaneamente nos estados do Rio de Janeiro, Amazonas, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Até as 8h30, nove indivíduos já haviam sido detidos.
A operação, denominada Rota do Rio, está em sua segunda fase. As investigações se concentraram em transações financeiras realizadas entre 2017 e 2022, identificando um esquema de lavagem de dinheiro derivado da venda ilícita de drogas. A lavagem de dinheiro envolvia depósitos em contas de empresas situadas principalmente nas regiões fronteiriças do Amazonas.
Na primeira fase da operação, realizada em maio deste ano, a Polícia Civil focou em desmantelar o abastecimento do Comando Vermelho com drogas que entram no Brasil através das fronteiras internacionais do Amazonas com países vizinhos.
Investigações e coordenação interestadual
As investigações revelaram uma rede bem estruturada de lavagem de dinheiro, onde recursos obtidos com a venda de drogas eram distribuídos em diversas contas bancárias de empresas de fachada. Essas empresas, localizadas majoritariamente em áreas de fronteira, facilitavam a ocultação dos lucros ilícitos.
A operação Rota do Rio contou com a colaboração de diversas forças policiais e órgãos de inteligência. O objetivo principal é desarticular as finanças do Comando Vermelho, dificultando suas operações criminosas.
Comando Vermelho avança pelo Norte
O Pará, um estado crucial no mapa do tráfico na Amazônia, tornou-se o cenário da recaptura de dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Este evento destaca a transformação do estado em um corredor vital para o narcotráfico.
Entre as facções criminosas que têm ganhado destaque no Pará, estão o Comando Vermelho (CV), que exerce seu poder na região metropolitana de Belém, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem estabelecido alianças com grupos menores, como o Comando Classe A e os Revolucionários do Amazonas, para expandir sua atuação no sul do Estado.
A região, conhecida por sua estratégica posição geográfica, atrai facções que buscam controlar as rotas de exportação de cocaína rumo à África e Europa.
“Corredor de exportação”
A vastidão territorial do Pará e sua complexa rede hidrográfica facilitam o escoamento de drogas, da facção criminosa, da Colômbia e Peru, passando pela Amazônia, até alcançarem portos estratégicos. Um desses portos, o de Vila do Conde, em Barcarena, é apontado como um dos principais pontos de partida da cocaína que atravessa o oceano.
Este movimento despertou a atenção das autoridades, desencadeando a Operação Oceano Azul, que teve como alvo uma rede responsável por movimentar mais de R$ 50 milhões em cocaína para fora do país.
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