A Nova Frente Popular (NFP), aliança de esquerda liderada por Jean-Luc Mélenchon, venceu as eleições legislativas francesas, prometendo implementar um imposto de renda de 90% sobre os mais ricos. Essa medida, juntamente com outras propostas econômicas, causou pânico entre a elite financeira do país, levando muitos a considerar a emigração para territórios fiscalmente mais favoráveis, como Itália, Suíça e Espanha.

Os gestores financeiros já haviam notado um aumento significativo nas consultas após o presidente Emmanuel Macron anunciar eleições antecipadas. Com a vitória da NFP, há um temor real de um colapso financeiro, pois as propostas de gastos massivos, incluindo o aumento do salário-mínimo e a redução da idade de aposentadoria, podem custar entre 150 bilhões e 300 bilhões de euros nos próximos três anos.

Jean-Luc Mélenchon e sua aliança de extrema-esquerda, que inclui partidos Comunista, Verde e Socialista, prometem aplicar o programa de taxação e gastos públicos à risca, o que, segundo o ministro das finanças Bruno Le Maire, poderia desencadear uma “crise financeira” e o “declínio econômico da França”.

As medidas incluem aumento de 10% nos salários dos servidores públicos, mais habitações, mais férias e refeições escolares orgânicas gratuitas, além do congelamento dos preços de energia e bens essenciais.

O caso Gerard Depardieu

Em 2012, Gerard Depardieu, mais conhecido ator francês no mundo, protestou contra um aumento de impostos proposto pelo então presidente François Hollande, entregando seu passaporte francês e aceitando a cidadania russa oferecida por Vladimir Putin para evitar a nova taxa de 75% sobre rendas altas.

Essa decisão gerou um intenso debate sobre tributação e responsabilidades dos cidadãos mais ricos. Desde então, Depardieu continuou a trabalhar na indústria cinematográfica francesa e manteve laços com seu país natal, apesar de ter adquirido a cidadania russa.