Alemanha bloqueia mais acordos com a China
A surpreendente decisão da Alemanha de bloquear a venda de uma subsidiária da Volkswagen para a China acende o sinal vermelho nas relações econômicas sino-alemãs.
A recente decisão do governo alemão de bloquear a venda da subsidiária MAN Energy Solutions do Grupo Volkswagen para a empresa chinesa CSIC Longjiang GH Gas Turbine Co (GHGT) levantou novas preocupações sobre a segurança nacional e a política econômica externa. Este movimento vem em um contexto de crescente tensão nas relações entre a Alemanha e seu maior parceiro comercial, a China.
Anunciada em junho de 2023, a venda pretendia transferir o negócio de turbinas a gás para a companhia estatal chinesa. Contudo, um exame feito pelo governo alemão em setembro levantou a possibilidade de que essas turbinas pudessem ser usadas em navios de guerra chineses, segundo fontes da Reuters, o que precipitou o bloqueio mencionado.
Aprofundando os Aspectos de Segurança da Decisão Alemã
Na conferência de imprensa realizada na última quarta-feira, o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, enfatizou que, embora a Alemanha receba investimentos estrangeiros, é primordial proteger tecnologias pertinentes à “segurança pública”. Tais tecnologias devem estar resguardadas de nações com as quais a relação possa não ser sempre amistosa.
Qual o Impacto do Bloqueio nas Relações Econômicas Sino-Alemãs?
O comércio entre a Alemanha e a China girou em torno de €255 bilhões ($275,3 bilhões) no último ano. No entanto, a relação comercial tem sido tensionada, pois a Alemanha procura proteger seus fabricantes locais e diminuir sua dependência em relação à China. Essa é uma diretriz importante após as graves consequências de sua anterior dependência do gás natural russo, que ficaram evidentes após o envolvimento deste país na invasão da Ucrânia.
Repercussões e Respostas Globais
Enquanto a Alemanha defende sua postura, a China se continua a defender uma cooperação comercial não politizada. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China declarou na quinta-feira que seu país se opõe à “politização” da cooperação comercial normal e espera que a Alemanha forneça um ambiente de negócios justo e não discriminatório para empresas de todo o mundo, incluindo as chinesas.
A decisão também surge após a União Europeia ter aumentado as tarifas sobre veículos elétricos procedentes da China, ampliando as disputas comerciais entre as duas economias. Isso, combinado com a decisão de bloqueio de vendas pela Alemania, reflete uma cautela crescente na Europa em termos de engajamentos econômicos com a China, buscando um equilíbrio entre cooperação econômica e proteção à segurança nacional.
Por ora, a MAN Energy Solutions afirmou que respeita a decisão do governo e iniciará um processo estruturado para encerrar a divisão de turbinas a gás, previsto para ser concluído nos próximos meses. Essas manobras sublinham a complexa entrelaçada de cooperação econômica e tensões geopolíticas atuais, numa era onde as dimensões econômicas e de segurança estão cada vez mais conectadas.
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