“Vamos cobrar todas as contas à direita”, discursa Nicolás Maduro
O ditador, que tenta se manter do poder, dirigiu-se aos seus seguidores, que o ouviram em frente ao Palácio Miraflores, onde decorreu o comício oficial, após a chamada “Grande Marcha pela Vitória” por diferentes ruas da capital
As campanhas eleitorais na Venezuela para as eleições presidenciais de 28 de julho começam oficialmente nesta quinta-feira, 4 de julho. A capital do país, Caracas, foi palco de comícios e de mobilizações políticas, tanto do partido no poder quanto da oposição.
Depois da visita ao estado de Zulia, onde a campanha eleitoral começou, Nicolás Maduro chegou a Caracas. O ditador, que tenta se manter do poder, dirigiu-se aos seus seguidores, que o ouviram em frente ao Palácio Miraflores, onde decorreu o comício oficial, após a chamada “Grande Marcha pela Vitória” por diferentes ruas da capital.
“Tentaram nos humilhar, nos apagar do mapa, mas no dia 28 de junho vamos cobrar todas as contas à direita”, discursou Maduro, sob aplausos de seus seguidores.
“Vamos por mais mudanças, mais transformações, por uma Venezuela de prosperidade e bem-estar”, prometeu o candidato à reeleição presidente, com o apoio do Partido Socialista Unido da Venezuela.
A caravana de María Corina e González Urrutia
Um agente da Diretoria de Ações Estratégicas e Táticas (DAET), órgão de segurança que controla a ditadura, tentou impedir uma manifestação da oposição em Caracas.
“A autoridade do meu veículo sou eu, retirem as motos, temos pressa”, foram as palavras que a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, usou para se defender de um policial do regime de Maduro que tentou parar o veículo que a transportava pelas ruas de Caracas, assim como Edmundo González Urrutia, candidato presidencial, bem como vários colaboradores da Plataforma Unitária Democrática.
Embora o pessoal uniformizado tenha impedido momentaneamente o avanço da caravana, tanto a líder da oposição como as pessoas que acompanharam a manifestação exerceram pressão para que a campanha eleitoral continuasse.
A mobilização continuou seu percurso até chegar ao setor Chacaíto, escoltada por motociclistas, enquanto Machado e González Urrutia cumprimentavam transeuntes e motoristas que manifestavam seu apoio com gritos e buzinas.
Enquanto Machado e González Urrutia avançavam por Chacao, um grupo de motociclistas chavistas passou perto da caravana e foi vaiado pelos adversários.
Um dos motociclistas explicou a sua presença na caravana oficial: “Isto é uma estratégia. “Não vamos votar nele, mas eles estão nos pagando US$ 30.”
Os motociclistas chavistas conseguiram escapar de um cordão do PNB e entraram na concentração oposicionista, percorrendo a Avenida Francisco de Miranda em direção a Chacaíto, por onde se deslocava a caravana de Machado. Não houve confrontos ou incidentes, e até alguns motociclistas chavistas cumprimentaram Machado e González.
24 dias “difíceis e delicados“
A antiga representante da oposição garantiu que o país tem pela frente os “24 dias mais difíceis e delicados” da sua história, razão pela qual considerou que cada passo deve ser dado “com responsabilidade.
“Como sociedade sofremos muito, perdemos muito, mas também aprendemos”, disse a vários meios de comunicação social o líder da oposição, que esteve no veículo que liderou a massiva marcha de apoio ao candidato da principal oposição, Edmundo González Urrutia.
Horas antes, González Urrutia, em sua primeira mensagem de campanha, considerou que uma mudança política na nação petrolífera, governada pelo chavismo desde 1999, “precisará de estruturas e alianças” que possam ser reforçadas em 2025, quando estiverem marcadas as eleições para um novo Parlamento – atualmente controlado pelo chavismo –, como bem como para governadores e prefeitos.
De acordo com o estabelecido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a campanha presidencial terminará no dia 25 de julho, três dias antes das eleições.
Seis vezes mais votos que Maduro
Embora Machado não esteja no cartão eleitoral, porque o regime de Maduro a desqualificou politicamente, a líder da oposição depositou toda a sua confiança no candidato da Plataforma Unitária, Edmundo González Urrutia.
A Venezuela caminha para uma eleição que, se for razoavelmente justa e transparente, poderá desencadear uma viragem política que poria fim a 25 anos de ditadura.
A poucos dias das eleições presidenciais na Venezuela, diversas pesquisas revelam o apoio massivo dos venezuelanos à oposição.
Rubén Chirino Leañez, presidente do instituto de pesquisas Meganalisis, disse que até agora, segundo pesquisas recentes, “Edmundo González tem uma intenção de voto seis vezes maior que a de Maduro”.
Ao mesmo tempo, o entrevistado explicou que “9 em cada 10 votos são justificados pelo apoio de María Corina Machado”, que promove a campanha de González.
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