Boeing usava peças sucateadas em aviões, alega ex-inspetor
Denúncias graves sobre a Boeing revelaram o uso de peças inadequadas em aviões, pondo em risco a segurança de passageiros.
Merle Meyers, um ex-gerente de controle de qualidade da Boeing, trouxe à luz uma preocupante prática que supostamente acontecia na fábrica do 787 Dreamliner em Everett, Washington. Em sua primeira entrevista à TV, Meyers descreveu um cenário onde peças descartadas eram rotineiramente reincorporadas no processo de montagem para atender aos prazos produtivos apertados.
Com uma carreira que se estende por três décadas na Boeing, Meyers detalhou aos repórteres como essa prática não apenas desafiava as normas internas, mas também potencialmente comprometia a segurança dos futuros passageiros. Durante a investigação, foram revelados problemas sérios que questionam profundamente os protocolos de segurança e controle de qualidade na gigante aeroespacial.
O Que Diziam os Denunciantes sobre as Irregularidades na Boeing?
Em meio a diferentes denúncias emergindo em 2023, um fluxo constante de acusações apontava que peças não conformes estavam sendo postas em uso em aeronaves em operação. Isso incluía componentes que deveriam ter sidos descartados, mas que, em vez disso, eram pintados de vermelho e utilizados em novas montagens.
Quando começou essa prática na Boeing?
Segundo Meyers, o mal uso de peças começou no início dos anos 2000 e teve um período de atividade intensa até recentemente. Estima-se que cerca de 50.000 peças inadequadas foram incorporadas em diversos modelos de aeronaves durante esse período, o que inclui desde pequenos parafusos até partes complexas como flaps de asa.
Reações Oficiais e Investigação Corporativa
- Documentação problemática: E-mails e documentos internos mostram que Meyers vinha alertando a Boeing sobre essas práticas há anos, sem obter a devida atenção.
- Investigações enfraquecidas: Relatos indicam que o setor de investigações da Boeing não executava sua função adequadamente, muitas vezes ignorando as advertências e falhando em aplicar as regras de segurança de maneira efetiva.
A Boeing, por sua vez, afirma que investiga todas as alegações de comportamentos imprórios e que faz ajustes nos processos sempre que necessário. Há uma promessa de melhoria contínua, embora as ações ainda pareçam insuficientes perante a gravidade e extensão das denúncias apresentadas.
Impacto mais amplo e chamada para mudança
A série de problemas relatos por Meyers não apenas expõem falhas imediatas, mas também acendem um debate mais amplo sobre as práticas de segurança e conformidade na indústria aeroespacial. Com uma pressão crescente por respostas e reformas, há um impulso para que a Boeing restaure sua imagem e garantias de segurança, essenciais para sua operação e confiança do público.
Meyers encerra sua exposição com um apelo a uma mudança real, argumentando que é crucial para a recuperação da integridade operacional e comercial da Boeing. O testemunho do ex-gerente impulsiona questionamentos necessários e, possivelmente, induzirá mudanças estruturais na forma como a empresa gerencia a qualidade e segurança de suas aeronaves.
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