Biden usa decisão da Suprema Corte para tentar mudar a pauta
Apesar das críticas de Biden, analistas jurídicos afirmam que a decisão da Suprema Corte é coerente e bem fundamentada
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, utilizou nesta segunda, 1, a decisão da Suprema Corte sobre a imunidade presidencial para tentar desviar a atenção de sua desastrosa participação no debate da semana passada e das crescentes preocupações sobre sua debilidade física e mental.
Durante uma breve aparição de quatro minutos, Biden evitou responder perguntas da imprensa e concentrou suas críticas na Suprema Corte, acusando de estabelecer um perigoso precedente ao conceder imunidade a presidentes por atos oficiais.
Apesar das críticas de Biden, analistas jurídicos afirmam que a decisão da Suprema Corte é coerente e bem fundamentada. Elie Honig, analista jurídico sênior da CNN, explicou que a imunidade presidencial se aplica apenas a atos dentro do “perímetro externo” das responsabilidades oficiais do presidente, contanto que não sejam “manifestamente ou palpavelmente além de sua autoridade”. Carrie Severino, presidente da Judicial Crisis Network, destacou que a Corte equilibrou a necessidade de os presidentes exercerem seu poder executivo sem o receio de processos judiciais imediatos após deixarem o cargo.
A decisão da Suprema Corte estabelece que presidentes são imunes a acusações criminais por atos oficiais realizados durante o mandato, mas não por condutas pessoais. A Corte afirmou que, embora “o presidente não esteja acima da lei”, ele deve ter “imunidade presumida” para atos dentro do escopo de suas responsabilidades constitucionais. Este princípio é essencial para permitir que os presidentes executem suas funções sem interferências judiciais indevidas.
A decisão impacta diretamente os processos criminais contra o ex-presidente Donald Trump, especialmente aqueles relacionados às tentativas de reverter os resultados das eleições de 2020. A Suprema Corte enviou o caso de volta ao tribunal inferior para revisão adicional, o que provavelmente atrasará qualquer julgamento até depois das eleições de 2024.
Essa decisão enfraquece as acusações contra Trump, como destacou Honig, transformando a acusação de Jack Smith em um “queijo suíço”.
Biden aproveitou a decisão polêmica para tentar redirecionar o foco da opinião pública, enquanto analistas jurídicos validam a decisão como uma interpretação válida das responsabilidades e limitações do poder presidencial.
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