Escola cívico-militar de São Paulo é inconstitucional, diz AGU
Segundo Advocacia-Geral da União, modelo não encontra respaldo na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tampouco na Constituição Brasileira.
O cenário educacional de São Paulo ganhou novos contornos com o envio de um parecer pela Advocacia-Geral da União (AGU) na última sexta-feira, 28, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que questiona a constitucionalidade do recém aprovado modelo de escolas cívico-militares no estado, uma medida que vem gerando amplo debate.
O tema tornou-se o foco de ações judiciais movidas por partidos como o PSOL e o PT, que veem na implementação desse modelo uma possível ameaça à estrutura pública de ensino.
Aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas, a iniciativa busca inserir militares da reserva nas escolas, mas enfrenta resistência jurídica significativa.
Qual a alegação da AGU sobre a inconstitucionalidade do modelo?
Segundo o parecer da AGU, o modelo das escolas cívico-militares não encontra respaldo na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tampouco na Constituição Brasileira.
Os argumentos do órgão enfatizam que as atividades educacionais devem ser conduzidas por profissionais da educação, que passaram por um rigoroso processo de concurso público e validação de qualificações acadêmicas.
A natureza controversa do projeto de escolas cívico-militares
Um ponto crítico do projeto é a substituição gradativa dos educadores por militares, selecionados de maneira discricionária, o que, segundo críticos, pode comprometer a qualidade e a democracia do ensino público.
A AGU reforça que a alocação de militares para funções educativas não pode ser justificada dentro dos princípios que regem a educação nacional.
Argumentos do governo de São Paulo em defesa do modelo
Em contrapartida, o governo estadual defende que a introdução do modelo cívico-militar nas escolas é uma “iniciativa altamente democrática”.
Vinicius Neiva, secretário executivo da Educação, afirmou que o modelo foi aprovado com o consentimento das comunidades escolares e que visa melhorar o ambiente e os resultados de aprendizagem, além de reduzir a violência nas escolas.
Com o caso sob relatoria do ministro Gilmar Mendes no STF, a comunidade educacional aguarda com expectativa a decisão, que poderá influenciar não apenas o futuro das escolas em São Paulo, mas também estabelecer um precedente importante para todo o sistema educacional brasileiro.
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