Gavin Newsom é candidatíssimo
A negativa do governador californiano de substituir Biden pode ser interpretada politicamente como uma maneira de se apresentar de maneira respeitosa
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, reiterou seu apoio incondicional ao presidente Joe Biden durante o debate presidencial da CNN, mas analistas interpretam sua postura como um movimento típico de um potencial substituto para um Biden em declínio físico e cognitivo.
“Eu nunca viraria as costas para o presidente Biden. Não conheço um democrata em meu partido que faria isso. E, especialmente após esta noite, estamos do lado dele”, declarou Newsom. Ele ressaltou que a equipe está totalmente comprometida para vencer a eleição: “Estamos todos dentro. Vamos dobrar a aposta nos próximos meses. Vamos ganhar esta eleição.”
Apesar de sua enfática negativa em substituir Biden, a postura de Newsom é vista por muitos como uma tentativa de se apresentar de maneira respeitosa e leal, mas sem fechar as portas para uma eventual candidatura.
A jornalista Jerusalem Demsas escreveu na revista The Atlantic: “Em outra época, nenhum aparato partidário teria permitido que um Joe Biden envelhecido e frágil chegasse a este ponto.” Mark Leibovich, no mesmo portal, publicou o artigo “Hora de ir, Biden”, no qual afirmou: “O negacionismo teve seu lugar, mas não é uma estratégia.”
O podcaster Joe Rogan, por exemplo, especulou que o Partido Democrata estaria preparando Newsom para substituir Biden na chapa presidencial de 2024. “Não acha que isso é um truque, ele concorrendo para presidente?” perguntou recentemente, argumentando que os democratas poderiam forçar Biden a se afastar para dar lugar a ele.
Durante o debate, Newsom elogiou as realizações de Biden, destacando seu conhecimento e experiência: “Passei muito tempo com ele. Eu conheço Joe Biden, sei o que ele realizou nos últimos três anos e meio. Sei do que ele é capaz. E não tenho receios.” Ele também defendeu a performance de Biden no debate, afirmando que todos têm noites difíceis, mas que o presidente nunca desiste de lutar pelo país.
Analistas apontam que, embora Newsom negue veementemente qualquer intenção de substituir Biden, sua presença constante nos debates e seu apoio público ao presidente são estratégias para se manter relevante no cenário político nacional.
A negação de Newsom pode ser vista como um gesto de lealdade, mas também como uma maneira de evitar alienar os apoiadores de Biden, enquanto se posiciona como uma alternativa viável caso Biden não consiga manter sua candidatura.
Quem é Gavin Newsom?
Gavin Newsom é um político e empresário americano, atualmente o 40º governador da Califórnia, cargo que ocupa desde 2019. Nascido em 10 de outubro de 1967 em São Francisco, Newsom é casado com Jennifer Siebel Newsom e tem quatro filhos.
Newsom iniciou sua carreira política como prefeito de São Francisco, posição que ocupou de 2004 a 2011. De 2011 a 2019, serviu como vice-governador da Califórnia, atuando ao lado do então governador Jerry Brown. Ele foi eleito governador em 2018 e reeleito em 2022, enfrentando crises como a pandemia de COVID-19 e desastres ambientais.
Membro do Partido Democrata, Newsom é conhecido por suas posições mais à esquerda. Ele foi um dos primeiros defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo e promoveu políticas rigorosas de controle de armas e descriminalização da maconha. Também é um forte defensor de ações contra as mudanças climáticas, focando em energias renováveis e sustentabilidade.
Durante a pandemia de COVID-19, Newsom implementou medidas rigorosas para conter a disseminação do vírus, incluindo lockdowns e mandatos de uso de máscaras. Em sua gestão, ele também se concentrou na construção de habitações acessíveis para combater a crise dos sem-teto e na expansão da cobertura de saúde universal e melhorias no sistema educacional. Em 2021, ele sobreviveu a uma tentativa de recall.
Antes de sua carreira política, Newsom fundou o PlumpJack Group, um empreendimento que inclui vinícolas, restaurantes e hotéis. Ele é visto como uma figura ascendente no Partido Democrata e frequentemente participa de debates nacionais sobre temas como imigração e controle de armas.
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