Lula se diz preocupado com a democracia da Bolívia
Militares cercaram o palácio presidencial na capital da Bolívia, La Paz, na tarde desta quarta; general do Exército anunciou golpe
Lula condenou a tentativa de golpe de Estado em andamento na Bolívia na tarde desta quarta-feira, 26 de junho.
“A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão, presidido por Luis Arce”, disse o petisto na X.
Militares cercaram o palácio presidencial boliviano, na capital, La Paz, na tarde desta quarta.
Quem está liderando o movimento militar é o general Zuñiga. Na terça, 25, Zuñiga disse na televisão que o ex-presidente Evo Morales não poderia voltar a comandar o país.
“Não creio que ele vá ser eleito legalmente, pois está inabilitado”, disse Zúniga. “Esse senhor não pode mais voltar a ser presidente deste país.”
Zuñiga disse que o papel das forças sob seu comando é o de cumprir a Constituição, e que ele faria cumprir a inelegibilidade de Morales “com todas as ferramentas e os instrumentos que nos outorgam a Constituição”.
Quando questionado se prenderia ou mataria Morales, o general foi lacônico: “Somos um braço armado da pátria”, limitou-se a dizer. “Creio que isso ficou claro.”
A fala levou à imediata demissão do general pelo presidente da Bolívia, Luis Arce.
Em sua primeira manifestação pública após ter o palácio presidencial cercado por militares nesta quarta-feira, 26, em La Paz, Arce disse que o seu governo segue no comando do país. ao lado dos seus ministros, ele definiu a situação como uma tentativa de golpe de estado.
“Ao povo boliviano e a toda a comunidade internacional: o pais está enfrentando hoje uma tentativa de golpe de Estado”, ele inicia. “Hoje o país enfrenta uma vez mais os interesses para que a democracia na Bolívia caia. Estamos aqui, o governo nacional, todos os ministros e ministras, firme com nosso vice-presidente, firmes na Casa Grande para enfrentar todo o intento golpista e que atenta contra a democracia.”
O ex-presidente Evo Morales defendeu uma greve geral e o fechamento de estradas. “Não permitiremos que as Forças Armadas violentem a democracia e amedrontem ao povo”, escreveu Morales nas redes sociais.
As manobras militares ocorrem duas semanas antes da visita de Lula ao país. O presidente brasileiro agendou viagem para encontrar com Luis Arce no dia 9 de julho — ambos iriam se encontrar, no entanto, em Santa Cruz de la Sierra, ao leste do país.
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