Crusoé: Todo mundo odeia o Emmanuel
Presidente da Fraça, Emmanuel Macron, colocou a classe política francesa se digladiando por uma eleição marcada às pressas
O presidente francês Emmanuel Macron (foto) teria perguntado a Patrick Vignal, um ex-parlamentar do seu partido sobre a sua decisão de convocar novas eleições parlamentares para o fim deste mês. “Les gens te détestent”, respondeu Vignal, um político experiente no país. Em bom português: “As pessoas te odeiam.”
A cena, retratada pelo jornal francês Le Monde, mostra o que já era sabido — que Macron, um político de centro, mergulhou sua impopularidade ao dissolver o parlamento e receber uma saraivada de críticas da esquerda e da direita. A fala, no entanto, mostra um novo aspecto que só agora emerge: nem os parlamentares do próprio partido, fundado por Macron, estão satisfeitos com as decisões do seu líder.
O timing não poderia ser pior para o presidente: depois de ver a direita radical levar a melhor nas eleições europeias no início do mês, Macron colocou a classe política francesa se digladiando por uma eleição marcada às pressas. A quatro dias da primeira rodada de eleições, é muito provável que ele perderá o controle sobre o parlamento. Com as pesquisas indicando uma maioria de direita radical encabeçada pelo partido Reagrupamento Nacional, Macron poderá ter anos difíceis — ou mesmo impraticáveis — até deixar o Palácio Eliseu, em 2027.
Vignal, o ex-parlamentar, não se intimidou ao dizer para o Le Monde que Macron é “um político que está ficando antiquado” e que está centralizando demais as atuações nesta eleição (ele é chamado até de “jupiteriano” por ser dotado de certo narcisismo.). Pelo plano original, a campanha do partido Rénaissance (Renascimento) deveria ser capitaneada pelo primeiro-ministro Gabriel Attal — mas Macron pelo não se aguentou e tomou as rédeas para si mesmo.
Nesta semana, ao querer atacar tanto o Rassemblement National (Reagrupamento Nacional) — partido de direita radical que lidera as pesquisas — quanto a frente unida com todos os partidos de esquerda, Macron disse que um desarranjo desse porte poderá levar o país à guerra civil. Ambos lideram as pesquisas mais recentes, o primeiro com cerca de 35% das intenções de voto, o segundo com 30%.
A…
Leia mais em Crusoé
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)