Ultraortodoxos servirão o exército, decide Suprema Corte de Israel
O Supremo Tribunal de Israel decidiu, nessa terça-feira, 25 de junho, que os ultraortodoxos também deverão ser convocados para o exército, revertendo, assim, uma decisão que data da fundação do país
O Supremo Tribunal de Israel decidiu, nessa terça-feira, 25 de junho, que os ultraortodoxos também deverão ser convocados para o exército, revertendo, assim, uma decisão que data da fundação do país.
O serviço militar é obrigatório em Israel, mas os judeus ultraortodoxos poderiam evitá-lo se se dedicarem ao estudo dos textos sagrados do judaísmo em seminários religiosos de estudos avançados.
Essa isenção foi introduzida por David Ben Gourion, fundador do Estado de Israel, em 1948.
A lei que regia isenção para estudantes de seminário expirou no ano passado, mas o governo continuou a permitir que eles não servissem mesmo não tendo conseguido aprovar nova legislação para essa isenção.
Essas isenções aos ultraortodoxos têm sido uma fonte de atrito político por décadas. A pressão por uma definição do caso aumentou em meio à guerra contra o grupo terrorista Hamas.
A atual decisão da Suprema Corte pode abalar a coalizão política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que inclui representantes dessa comunidade e tem uma maioria apertada no parlamento.
A decisão foi unânime. Os nove juízes decidiram que já não existia qualquer base legal para isentar os ultraortodoxos do serviço militar obrigatório.
“No meio de uma guerra difícil, o peso da desigualdade é sentido mais intensamente do que nunca – e isso exige o avanço de uma solução sustentável para esta questão”, disseram os juízes na decisão.
“Na ausência de um quadro legal adequado, o Executivo não tem autoridade para ordenar que a Lei do Serviço Militar não seja aplicada aos estudantes das escolas talmúdicas”, concluiu a corte, em referência a centros de ensino judeus tradicionais.
Os juízes ainda ordenaram que o Estado cesse o financiamento para os seminários cujos estudantes evitem o serviço militar.
A decisão foi uma resposta a várias petições de grupos da sociedade civil que pediam que a lei do serviço militar obrigatório fosse aplicada a todos. Pesquisa do Instituto de Democracia de Israel mostra que 78% dos israelenses se opõem à continuidade da isenção militar aos judeus ultraortodoxos.
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