A Vale divulgou comunicado informando que não foi notificada pela Justiça sobre eventaul ação movida pelo MPF (Ministério Público Federal) contra a mineradora brasileira, a BHP e a joint-venture Samarco com pedido de indenização de 3,6 bilhões reais por danos morais coletivos.

A notícia foi reproduzida durante a segunda-feira, 24, o que levou à manifestação pública da mineradora brasileira em Comunicado ao Mercado.

“A Vale reitera que o processo de reparação de danos decorrentes da barragem de Fundão, em 2015, é conduzido pela Fundação Renova em linha com os compromissos firmados pelas Companhias junto às autoridades brasileiras. Com Samarco, BHP, instituições de justiça e representantes do poder público, a Companhia segue comprometida com as negociações por um acordo de caráter definitivo, que garanta reparação justa e integral às pessoas afetadas e ao meio ambiente“, diz o texto.

Entenda a acusação contra a Vale

Os MPFs (Ministérios Públicos Federal) e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo entraram com pedido na Justiça para as mineradoras Vale, BHP e Samarco paguem indenização de 3,6 bilhões de reais por danos morais coletivos por supostamente praticarem violência de gênero no processo de reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana (MG), em 2015.

A ação civil pública, vista pela Reuters, solicita uma indenização de 135 mil reais por mulher atingida, em função de uma alegada violação sistemática aos direitos humanos.

O processo, subscrito pelas defensorias públicas da União e de ambos os estados, desde o início das atividades de cadastramento das vítimas, teriam ocorrido violações dos direitos das mulheres atingidas pela adoção de metodologias inadequadas. A base da violação de direitos, conforme defende o documento, foi a utilização do conceito de “família patriarcal” como única espécie de família, desconsiderando quaisquer outros formatos, ao longo do processo de reparação e compensação pelo rompimento, realizado pela Fundação Renova.

Rompimento da barragem em Mariana

O colapso da barragem da Samarco no município mineiro de Mariana, resultou em 19 mortos, além de centenas de desabrigados. O acidente, que completará nove anos em novembro, liberou uma onda gigante de lama que também atingiu e prejudicou o meio ambiente da região. As compensações e reparações pelo caso são realizadas pela Fundação Renova.