Empreendedorismo no Brasil: recuo na formalização revela tendências
Empreendedorismo no Brasil, formalização e crescimento.
O panorama do empreendedorismo brasileiro apresentou dados interessantes em relação à formalização de negócios.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 33% dos empreendedores operavam negócios com CNPJ, apontando para uma leve retração comparado ao ano anterior, quando o índice foi de 34,2%.
A estatística, contudo, permanece como a segunda maior da série histórica.
Este levantamento faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em outubro.
A queda, embora leve, chama a atenção para dinâmicas do mercado de trabalho e movimentos de formalização de negócios no país.
Por que a formalização de negócios teve leve declínio?
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, explicou que a redução pode estar associada ao aumento da formalização dos trabalhadores angariados com carteira assinada.
Destacou que, embora o número total de empreendedores com CNPJ tenha decrescido, há uma tendência notável de crescimento dos contratos formais de trabalho.
Qual o panorama dos empregos formais em 2023?
Um dos dados positivos destacados entre os resultados da pesquisa de 2023 foi o crescimento no percentual de empregados com carteira assinada no setor privado.
Este segmento atingiu a marca de 37,4% da população ocupada, um crescimento frente aos 36,3% registrados em 2022.
Apesar de ser um recorde recente, o número ainda é inferior ao apogeu observado em 2014, quando atingiu 39,5%.
Impactos setoriais da formalização nos negócios
- Comércio: a formalização impactou positivamente o setor de comércio, com mais empreendedores adotando CNPJ, o que pode ter facilitado o acesso a créditos e uma melhor gestão empresarial.
- Construção: o setor de construção observou uma retração na quantidade de trabalhadores por conta própria com CNPJ. Esse movimento pode estar relacionado à instabilidade econômica que afeta diretamente o setor.
- Serviços: similarmente ao comércio, o setor de serviços beneficiou-se pela formalização, embora ainda enfrente desafios relacionados à competitividade e inovação.
O crescimento dos trabalhadores com carteira assinada sugere uma maior proteção ao trabalhador e, possivelmente, uma melhoria no âmbito da segurança no trabalho.
Essas mudanças refletem uma maturidade crescente no cenário empresarial brasileiro, em que tanto trabalhadores quanto empreendedores buscam condições mais estáveis e regulamentadas para desenvolver suas atividades.
O aumento na formalização é um indicativo vital de um ambiente de negócios que evolui para tornar-se mais estruturado e confiável, o que pode atrair mais investimentos e fomentar ainda mais o crescimento econômico no país.
Este panorama, desafiador mas otimista, é crucial para compreender as tendências do mercado de trabalho brasileiro no contexto atual.
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