Ato 2 do ilusionismo matemágico terá pente-fino nos gastos
Revisão do Bolsa Família, no ano passado, excluiu quase 2 milhões de beneficiários, mas gasto do governo com programa
O governo Lula prepara o anúncio (de novo) de uma ampla e irrestrita revisão de despesas com benefícios assistenciais. De acordo com estimativas que circulam a Esplanada dos Ministérios, a economia gerada com uma investigação cuidadosa para encontrar irregularidades deve ficar entre 20 bilhões de reais e 30 bilhões de reais.
O número real, por óbvio, só será visto após a revisão, uma vez que o valor é uma previsão e depende da realidade. No entanto, é isso que interessa ao governo, manter as aparências até a apresentação da PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) 2025. Afinal, se o Executivo puder estimar que vai gerar essa economia no ano que vem, pode manter a meta de déficit zero como factível e uma aura de responsabiliade fiscal para o desequilíbrio das contas públicas.
A ideia é fazer um pente-fino para detectar possíveis fraude no BPC (Benefício de Prestação Continuada), seguro-desemprego, seguro-defeso e Proagro, a exemplo do que foi feito no Bolsa Família.
No ano passado, o governo conseguiu excluir 1,73 milhão de famílias “unipessoais” do pagamento do auxílio, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Estranhamente, no entanto, comemorou o maior investimento federal na história do Bolsa Família, com a maior média de beneficiários e de valor médio. De acordo com nota da Secom (Secretaria de Comunicação Social), o valor médio mensal pago aos beneficiários praticamente dobrou.
“Nos 12 meses de 2023, a média de valor investido pelo Governo Federal (com o Bolsa Família) foi de R$ 14,1 bilhões por mês, a maior já registrada. Em 2022, até então o maior valor, foi de R$ 7,8 bilhões, quase metade. O valor médio repassado às famílias chegou a R$ 670,36 por mês em 2023, também o maior patamar já alcançado pelo programa de transferência de renda. Em 2022: R$ 394,48. O número médio de famílias beneficiárias em 2023 também é o mais expressivo já observado, com 21,3 milhões por mês, contra 19,2 milhões em 2022″, comemorou o Planalto em dezembro do ano passado.
Bem-vindos ao espetáculo!
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)