Operação Churrascada investiga corrupção no TJ-SP
Desembargador da área criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo é suspeito de envolvimento em venda de decisões judiciais
Uma operação comandada pela Polícia Federal, denominada Churrascada, investiga um desembargador da área criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspeito de envolvimento em corrupção através da venda de decisões judiciais. A investigação está sob a égide do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e é mantida em sigilo.
Mais de 80 agentes da PF foram mobilizados nesta quinta-feira, 20, para executar 17 mandados de busca e apreensão, que incluem a residência do magistrado e outros endereços associados a ele, tanto na capital quanto no interior do estado. Em um dos locais, a equipe de investigação conseguiu apreender uma quantia em dinheiro, cujo valor não foi especificado, informou reportagem da Folha de S. Paulo.
A denominação “Churrascada” foi inspirada pelo jargão usado pelos suspeitos, que se referiam aos dias de plantão judiciário do desembargador como “churrasco”. Essa operação é um desdobramento da “Operação Contágio”, deflagrada em 2021, também pela Polícia Federal, visando desmantelar uma organização criminosa que desviava verbas públicas da área da saúde.
Operação Contágio
Durante a Operação Contágio, foi revelado que uma organização social chamada AMG, que havia recebido aproximadamente R$ 100 milhões de três municípios paulistas para prestação de serviços de saúde, era, na verdade, uma fachada. Essa organização não possuía funcionários qualificados na área da saúde, contando em seu quadro com agricultores, estudantes, comerciantes e até um apicultor.
Esses detalhes emergiram dos documentos controlados pela Controladoria-Geral da União e indicam a gravidade do esquema, que não só prejudicava o cofre público, mas também colocava em risco a saúde da população desses municípios.
Os crimes imputados são: lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, superfaturamento em fornecimento de medicamentos, organização criminosa, fraude em licitação e uso de documento falso.
Documentos fraudulentos
Na época, segundo a PF, a organização social havia sido constituída com documentos fraudulentos, que permitiram que ela fosse contratada por diversas cidades. O presidente era um veterinário de 28 anos, mas as investigações apontam que a organização era efetivamente controlada por diversos médicos.
A corporação também informou que os integrantes da organização sacaram cerca de R$ 20 milhões em espécie com a escolta armada de um guarda civil municipal. Grandes quantidades de valores foram transferidas para outras empresas controladas pelo grupo.
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