24,3 milhões de ‘rua dos bobos número zero’
De acordo com os dados do Censo 2022, realizado pelo IBGE, 22,8% dos 106.814.877 endereços do Brasil não têm número
Não são casas muitos engraçadas, como diz a música “A Casa“, de Vinicius de Moraes, mas há 24,3 milhões de endereços sem número no Brasil. É o que revelam os dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira, 14. A informação é preocupante, já que a falta de numeração implica em dificuldades para os moradores, como receber encomendas ou até mesmo se candidatar a vagas de empregos.
De acordo com o levantamento, o país conta com um total de 106.814.877 de endereços oficiais registrados no Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE). A cidade com o maior número absoluto de endereços sem numeração é Brasília, com 1,2 milhão. Isso se deve ao fato do Distrito Federal possuir um padrão específico de endereçamento, que geralmente não inclui o campo número. Em seguida, temos Goiânia com 526 mil endereços e Rio de Janeiro com 280 mil.
Outro dado alarmante é que existem 2,7 milhões de ruas, estradas, travessas e rodovias sem nome no país. Dentre as vias com denominação, a palavra “Principal” é a mais comum, sendo repetida 226.289 vezes em todo o território nacional. Em segundo lugar está “Santo Antônio”, com 219.377 repetições, seguido por “São José”, com 219.139.
Consequências das ruas sem nome
A falta de nomes nas vias acarreta diversos problemas para os moradores. Eduardo Baptista, gerente do CNEFE ressalta que: “O endereço é também um indicador de cidadania. Isso significa que o cidadão que vive em um endereço sem número ou em uma rua ou avenida sem denominação está sofrendo algum tipo de déficit na sua cidadania, pela não formalização daquele endereço ou logradouro pelo poder público municipal”.
Essa informalidade está relacionada ao poder público municipal, que é responsável por atribuir nomes às ruas e números aos domicílios. Esse problema é mais comum em áreas urbanas recentemente ocupadas de forma informal.
No total, o Brasil possui mais de 106 milhões de endereços únicos distribuídos pelos 5.570 municípios. A atribuição de endereços é uma função das prefeituras municipais. Os dados são provenientes do CNEFE, que mapeia os endereços brasileiros desde 2005.
Condomínios no país
Outro ponto destacado na pesquisa é a predominância de grandes condomínios no país. A maioria dessas estruturas é composta por empreendimentos com mais de 100 unidades. São cerca de 4.757.950 condomínios nessa faixa, seguidos por 3.640.694 com 6 a 20 unidades, 2.733.592 com 21 a 50 unidades e 2.153.229 com 51 a 100 unidades.
Por fim, o IBGE também listou os complementos mais frequentes nos endereços brasileiros. A palavra “casa” lidera a lista, com 14,7 milhões de ocorrências, seguida por “apartamento” com 13,5 milhões. Completam a lista os termos “bloco” (5,2 milhões), “lote” (4 milhões) e “quadra” (3,9 milhões).
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