A irmã do ministro das Comunicações também está enrolada
A irmã de Juscelino Filho, ministro das Comunicações do governo Lula, é acusada de integrar uma organização criminosa
A irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil, foto à direita), prefeita de Vitorino Freire, no interior do Maranhão, Luanna Bringel Rezende Alves (foto à esquerda), também foi indiciada pela Polícia Federal no inquérito que investiga um suposto desvio de emendas parlamentares para a pavimentação de ruas da cidade.
O indiciamento ocorreu após Juscelino ser acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, enquanto Luanna foi indiciada por supostamente integrar uma organização criminosa, é o que informou reportagem do O Globo.
Luanna Rezende chegou a ser afastada do cargo no ano passado, mas retomou o mandato por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, ela não se manifestou sobre o indiciamento.
O que diz o ministro
Em nota, o ministro Juscelino Filho afirmou que o indiciamento é “uma ação política e previsível”, que parte de uma apuração “que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”.
Ainda segundo Juscelino, “não há nada, absolutamente nada” que envolva sua atuação no Ministério das Comunicações.
“Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar”, acrescentou.
Emenda de Juscelino
A emenda parlamentar investigada foi indicada por Juscelino enquanto ele ainda era deputado federal. O dinheiro foi enviado por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Maranhão.
Juscelino Filho destacou que a pavimentação da estrada em questão é uma demanda antiga da população de Vitorino Freire, conectando 11 povoados e facilitando o acesso ao trabalho, escolas, hospitais e postos de saúde. Ele ressaltou os desafios enfrentados pela população durante períodos chuvosos, quando a via se torna intransitável, isolando a região.
Depoimento de 15 minutos
Em 17 de maio, o ministro das Comunicações prestou um depoimento de 15 minutos à Polícia Federal no âmbito da Operação Odoacro.
A defesa do ministro argumentou que ele só deveria dar esclarecimentos sobre o objeto apurado no Supremo Tribunal Federal (STF). O interrogatório, então, foi encerrado.
Pela redes sociais, Juscelino Filho fez críticas à maneira como a PF tem conduzido o inquérito que o tem como alvo. Segundo ele, a instituição “repete” os métodos da Operação Lava Jato.
Quanto custou a pavimentação
A obra de pavimentação da estrada teve um custo estimado em R$ 7,5 milhões e foi realizada pela construtora Construservice. Vale destacar que a empresa tinha como sócio oculto o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP ou Imperador.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, Juscelino Filho seria integrante de uma organização criminosa juntamente com o empresário Eduardo DP, com base em mensagens analisadas pelos investigadores no celular deste último entre 2017 e 2020. O ministro deverá ser questionado sobre a natureza dessa relação e sobre as acusações anteriores contra o empresário, que já foi mencionado em outros inquéritos policiais como agiota.
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