Castro aponta a Fachin “sucesso” de operação na Maré
Ministro do STF cobrou esclarecimentos do governador do Rio de Janeiro, que lamentou morte de policial, mas disse que objetivos foram alcançados
Diante do pedido de esclarecimentos feito pelo ministro Edson Fachin, do STF, sobre a operação da Polícia do Rio no Complexo da Maré que deixou pelo menos três mortos, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, apontou o “sucesso” da ação policial, dizendo que os objetivos “foram cumpridos”.
“Essa operação de ontem cumpriu todos os requisitos da ADPF, levamos ambulância, foi avisado escola, avisado secretaria de saúde, todos os policiai portavam câmeras corporais. E o que eu vou dizer ao ministro é do sucesso da operação. É óbvio que a gente lamenta demais a morte do policial, do Jota Cruz, mas os objetivos da operação foram cumpridos: 24 presos, 11 armas, metralhadora antiaérea, drogas, armamentos, enfim, mais de 10 veículos apreendidos”, disse Castro ao SBT.
A operação, iniciada na terça-feira, 11, e encerrada nesta quarta, 12, por volta das 10h, após a conclusão dos objetivos, teve como alvo uma quadrilha especializada no roubo de veículos nas principais vias expressas do Rio.
Pelo menos três pessoas morreram durante os confrontos entre agentes do Bope e criminosos, incluindo o terceiro-sargento Jorge Henrique Galdino Cruz.
O segundo-sargento Rafael Wolfgramm Dias, também do Bope, foi ferido e segue internado no CTI do Hospital Federal de Bonsucesso.
Como disse o governador, 24 suspeitos foram presos, 11 fuzis, uma metralhadora antiaérea, cinco pistolas, uma espingarda calibre 12, uma granada e drogas foram apreendidas.
A polícia fluminense estima que o material esteja avaliado em 1 milhão de reais.
Fachin cobra esclarecimentos
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou esclarecimentos do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre a operação na Maré.
A determinação ocorreu devido a um pedido feito do PSB e sa Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro para que fossem “observadas todas as cautelas legais” sobre “os limites intransponíveis para o uso da força letal por agentes do estado; sobre a necessidade de acompanhamento das operações por ambulâncias; sobre preservação de eventuais cenas em que ocorram mortes”.
Fachin já proibiu PM de subir o morro no Rio
A pedido do PSB, o ministro Edson Fachin proibiu, em 2020, operações policiais nas favelas do Rio durante a pandemia, “sob pena de responsabilização civil e criminal”.
Na decisão, o magistrado definiu que as operações só podem acontecer em situações “absolutamente excepcionais” com justificativas por escrito.
O ministro também determinou que essas operações devem ser tocadas com cuidados especiais para não prejudicar os serviços de saúde e ações humanitárias.
“Zonas de proteção” para o crime organizado
Na época, o ex-governador Wilson Witzel enviou ao STF relatórios das polícias Civil e Militar mostrando que o veto estava criando “zonas de proteção” para o crime organizado.
Witzel pediu à Corte esclarecimento sobre o que seriam as “hipóteses excepcionais” em que as operações poderiam ser realizadas, conforme a decisão do ministro. E anexou ao questionamento documentos das polícias descrevendo o cenário criado com a proibição.
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