Exoneração de secretário do arroz estatal desmente ministro
Fávaro afirmou que o secretário teria colocado seu cargo à disposição diante do mal-estar causado pela descoberta das empresas intermediárias
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, foi exonerado nesta quarta-feira, 12, conforme publicação no Diário Oficial da União. A decisão já havia sido anunciada por Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, um dia antes, após indícios de irregularidades no leilão de arroz, que foi anulado pelo governo. No entanto, Geller negou ter pedido demissão do cargo, contradizendo o pronunciamento do ministro.
O polêmico leilão do arroz
Duas empresas criadas por um ex-assessor de Geller, a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e a Foco Corretora de Grãos, intermediaram a venda do arroz durante o leilão. Essa revelação gerou suspeitas, uma vez que as empresas receberiam comissões pela transação. Ambas foram criadas em 2023 pelo ex-assessor em questão.
Ao anunciar o cancelamento do leilão, Fávaro afirmou que Geller teria colocado seu cargo à disposição diante do mal-estar causado pela descoberta das empresas intermediárias. No entanto, a exoneração publicada no no Diário Oficial da União (DOU) descreve que o secretário foi demitido, contradizendo a fala do ministro.
Galler desmente fala de ministro
Durante a manhã, Geller afirmou ao jornal O Globo que não pediu demissão e que não há fatos que justifiquem qualquer suspeita sobre sua conduta. Ele argumenta que seu filho estabeleceu parceria com a corretora antes de assumir o cargo de secretário de Política Agrícola, e que a empresa não está em operação, não participou do leilão e não realizou nenhuma transação.
Por sua vez, Carlos Fávaro esclareceu que apenas mencionou que Geller havia colocado o cargo à disposição como uma forma de ser “gentil”. No entanto, pessoas próximas ao secretário afirmam que ele foi pego de surpresa com a exoneração e solicitou que o motivo de seu afastamento fosse corrigido, para não constar que foi a pedido.
Geller se sentiu injustiçado com a situação e argumenta que apoiava o primeiro leilão, que foi cancelado, quando a meta era importar 100 mil toneladas de arroz, uma quantidade menor do que as 230 mil toneladas efetivamente compradas.
Além disso, Geller defendeu que não há problema no fato de um ex-assessor seu ter participado da disputa, pois ele já não trabalhava mais para ele há cerca de quatro anos, quando decidiu abrir a corretora.
O Papo Antagonista exibiu, comentou e ironizou trechos da coletiva do governo Lula sobre o caso, no corte intitulado “PT enrola sobre escândalo do leilão”, disponível no nosso canal de Youtube. Vale a pena ver como Paulo Teixeira, Carlos Fávaro e Edegar Pretto enrolaram.
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