Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi condenado em todas as acusações em um julgamento federal de armas em Delaware.

O veredito foi alcançado no segundo dia de deliberações e pode resultar em até 25 anos de prisão e multas de até US$ 750.000. A condenação ocorre poucos meses antes das eleições presidenciais de 2024.

Hunter Biden, de 54 anos, enfrentou três acusações criminais decorrentes de sua compra e posse de um revólver em 2018. Ele foi acusado de mentir sobre o uso de drogas ilegais em formulários federais ao comprar a arma e de posse ilegal da mesma. Biden se declarou inocente, mas foi considerado culpado após o julgamento que começou em 4 de junho, com a seleção de 12 jurados e quatro suplentes.

Os republicanos estão usando o caso para reforçar alegações de corrupção no entorno da família Biden, uma narrativa que tem sido promovida intensamente, especialmente com o início de um inquérito de impeachment contra o presidente.

Embora os republicanos ainda não tenham apresentado provas concretas de envolvimento direto de Joe Biden nos negócios de seu filho, a condenação de Hunter reforça a percepção pública de uma “cultura de corrupção” na administração atual.

Joe Biden, em um esforço para distanciar sua administração das ações de seu filho, declarou que respeitará a decisão judicial e não concederá perdão a Hunter. Esta postura visa demonstrar integridade e respeito pelo processo legal, contrastando fortemente com a reação de Donald Trump às suas próprias acusações legais, onde ele e seus aliados prometeram retaliação contra os procuradores.

Reações e Consequências

Em uma declaração pública, Joe Biden expressou seu apoio incondicional ao filho, afirmando: “Jill e eu amamos nosso filho, temos orgulho do homem que ele é hoje… aceitarei o resultado desse caso e continuarei a respeitar o processo judicial enquanto Hunter considera se recorre ou não.”

O timing da promulgação da sentença, que está prevista para coincidir com o final do período eleitoral, significa que o caso de Hunter Biden permanecerá em destaque na mídia e nos debates.

Pesquisas de Opinião

Pesquisas de opinião indicam que a condenação de Hunter Biden pode ter um impacto limitado na campanha de reeleição de Joe Biden.

Uma pesquisa da Reuters/Ipsos revelou que a maioria dos americanos (46% contra 39%) acredita que os problemas legais de Hunter Biden não estão relacionados à presidência de Joe Biden. Apenas 22% dos eleitores independentes acharam essa noção “nada crível”, sugerindo que a maioria dos eleitores não faz uma conexão direta entre os problemas legais de Hunter e a presidência de Joe Biden.

Além disso, 23% dos americanos disseram que são menos propensos a votar em Joe Biden devido aos problemas legais de seu filho, mas essa percepção é mais forte entre os eleitores republicanos, que já eram menos propensos a apoiar Biden.

Uma pesquisa da Emerson revelou que 64% dos eleitores afirmaram que o julgamento de Hunter Biden não impactaria suas decisões de voto. No entanto, 24% dos entrevistados indicaram que são menos propensos a apoiar Joe Biden devido ao julgamento, enquanto 12% disseram que são mais propensos a apoiá-lo. A pesquisa também mostrou que aproximadamente metade dos eleitores (49%) acreditava que Hunter Biden não estava sendo processado devido à posição de seu pai como presidente.

Uma pesquisa da Monmouth University realizada em setembro de 2023 relatou que 27% do eleitorado era menos propenso a votar em Joe Biden devido aos problemas legais de seu filho. No entanto, a maioria desses eleitores eram republicanos que já não apoiariam Biden de qualquer forma, e apenas 2% dos apoiadores de Biden indicaram que a questão poderia dissuadi-los de votar nele.

A “capivara” de Hunter Biden

Hunter Biden tem um histórico de problemas legais que incluem acusações fiscais e de posse ilegal de armas. Aqui está um resumo detalhado de suas questões legais:

Ele foi acusado de não pagar entre US$ 1,1 milhão e US$ 1,5 milhão em impostos federais antes dos prazos legais. Ele se declarou culpado de duas contravenções fiscais, com os promotores recomendando uma sentença de liberdade condicional.

Em 2018, Hunter Biden comprou uma arma, mas mentiu sobre seu uso de drogas ilegais no formulário federal necessário para a compra. Ele foi acusado de posse ilegal de arma de fogo, um crime federal.

O filho do presidente está sendo investigado por possíveis violações da Lei de Registro de Agentes Estrangeiros (FARA), que exige que indivíduos que atuam em nome de governos estrangeiros se registrem no Departamento de Justiça dos EUA.

A investigação foca em seus negócios com empresas na Ucrânia e na China, como a Burisma Holdings e a CEFC China Energy. Durante uma audiência judicial, ficou claro que a investigação sobre a FARA ainda está em andamento, o que complicou um acordo judicial proposto que incluía acusações fiscais e de posse ilegal de armas.

Os republicanos têm usado o caso para criticar Joe Biden, alegando que Hunter usou a influência de seu pai para garantir negócios lucrativos. A investigação continua a ser uma distração significativa para a campanha de reeleição de Joe Biden.

Os problemas legais de Hunter Biden têm sido uma questão política significativa que reabriu várias feridas familiares, especialmente após a morte de seu irmão, Beau Biden. Os republicanos têm usado esses problemas para criticar a administração de Joe Biden e minimizar os problemas legais de Donald Trump.

A condenação de Hunter Biden tem implicações políticas e pessoais profundas. Joe Biden declarou que respeitará a decisão judicial e não concederá perdão a seu filho, tentando demonstrar integridade e respeito pelo processo legal.

Crusoé: Biden promete respeitar decisão que condenou seu filho (oantagonista.com.br)