Crusoé: a briga por trás das negociações de cessar-fogo em Gaza
Hamas e Jihad Islâmica afirmaram “prontidão para positivamente” alcançar um cessar-fogo; terroristas já atrapalharam negociações antes
O Hamas e a Jihad Islâmica afirmaram “prontidão para positivamente” alcançar um cessar-fogo em nota nesta terça, 11 de junho, um dia após o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovar uma resolução sobre o tema.
“A resposta dá prioridade ao interesse do nosso povo palestiniano e à necessidade de parar completamente a agressão em curso contra a Faixa de Gaza”, diz o comunicado dos terroristas.
A resposta foi enviada às autoridades do Catar e do Egito que intermediam o contato com Israel.
Desde o início das operações militares em Gaza, na esteira dos atentados de 7 de outubro, o Hamas múltiplas vezes afirmou estar interessado em cessar-fogo como narrativa para responsabilizar Israel pela guerra.
Em nenhuma das ocasiões, os terroristas cumpriram com a liberação de reféns para avançar as negociações de paz desde a semana de cessar-fogo de novembro, o único período de interrupção do conflito.
Independentemente das questionaveis intenções do Hamas, estas negociações de cessar-fogo em Gaza escondem uma briga entre o governo dos Estados Unidos e a base do governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
O que o Conselho de Segurança aprovou?
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovaram, nesta segunda-feira, 10 de junho, uma nova resolução elaborada pelos Estados Unidos para um cessar-fogo em Gaza.
A resolução foi aprovada por 14 votos a favor e uma abstenção, da Rússia.
Negociada ao longo da semana entre os 15 membros do conselho, esta proposta de cessar-fogo em Gaza foi primeiro anunciada pelo presidente americano, Joe Biden, ainda no final de maio.
Segundo o presidente americano, a proposta se dá três fases.
Ela começa com um cessar-fogo de seis semanas e segue com a retirada das forças israelenses de áreas civis de Gaza e, por fim, a troca de reféns idosos e mulheres pela libertação de centenas de detidos palestinianos.
Por que é difícil implementar o cessar-fogo?
Biden afirmou que a proposta tinha aval de Israel, mas o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, recusa qualquer cessar-fogo antes da eliminação do Hamas em Gaza.
Os israelenses estimam que a guerra possa acabar apenas ao final de 2024.
Em março, o Conselho de Segurança havia aprovado outro cessar-fogo, que perduraria pelo mês do Ramadã, sagrado aos muçulmanos, até meados de abril. Mas, a resolução foi ignorada.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está em um difícil dilema. Se barrar as negociações para um cessar-fogo, perderá o apoio dos americanos e dos familiares de reféns israelenses. Se seguir adiante e um cessar-fogo for assinado, pode perder o seu posto.
Por que Netanyahu não pode aceitar um cessar-fogo?
O problema para Netanyahu é que…
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