Crusoé: Mais um ministro de Milei no bico do corvo
Apesar de ser, em tese, a segunda figura mais importante da diplomacia argentina, atrás apenas de Milei, Mondino não irá ao G7
Após a exoneração do chefe de gabinete Presidencial, Nicolás Posse, no final de maio, agora é a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino (foto), que se vê no centro de um processo de fritura no governo de Javier Milei, na Argentina.
Apesar de ser, em tese, a segunda figura mais importante da diplomacia argentina, atrás apenas do presidente, Mondino não participará da comitiva oficial à cúpula do G7 na Itália nesta semana.
Além disso, como reportou a imprensa argentina nesta segunda, 10 de junho, a Chancelaria perdeu controle da Fundação Argentina para Promoção de Investimentos e Comércio Internacional.
Responsável pelas relações com o empresariado estrangeiro, o órgão passou ao controle direto da Secretária Geral da Presidência, Karina Milei.
Irmã do presidente, Karina é a figura mais influente dentro do governo. Desde antes da vitória eleitoral, Milei a chama de “o chefe” — Karina também foi uma das estrategistas da campanha de 2023.
Segundo a imprensa argentina, nos bastidores, Mondino, que fora escolhida por Posse para a Chancelaria, está sendo pressionada a renunciar.
O principal motivo para a fritura da ministra é a incompetência em sua gestão. Mondino não conseguiu renegociar linhas de crédito com a China, uma de suas principais missões.
Além disso, a ministra está marcada por gafes.
Ainda no início de junho, a Chancelaria organizou uma reunião com o presidente e diplomatas representando quase 20 países árabes em Buenos Aires.
Milei abortou sua participação na última hora, porque, apenas então, foi informado da presença de um diplomata da Palestina, em contraste com seu sempre aberto alinhamento total a Israel.
Outras gafes de Mondino
Em 3 de maio, Mondino deixou o país em uma saia-justa com a China, segundo maior parceiro comercial dos argentinos, atrás apenas do Brasil.
A ministra havia sido questionada em entrevista ao jornal El Clarín sobre a inspeção do governo argentino na base espacial chinesa na província de Neuquén, na Patagônia.
Há suspeitas de que as instalações estejam sendo usadas para fins militares, o que descumpriria o acordo de concessão do espaço por Buenos Aires a Pequim. O tema chegou a ser discutido em encontro entre Milei e a general do Comando Sul dos Estados Unidos, Laura Richards, no início de abril.
Sobre a inspeção, Mondino disse: “Ninguém detectou que havia militares lá… Quem investigou não identificou que havia militares. Eles são chineses, são todos iguais”.
A resposta gerou críticas e acusações de racismo.
Após a repercussão, a ministra tentou se justificar: “Os que participaram são todos iguais, são todos civis. Estamos a falar da visita à estação espacial chinesa de Neuquén, que foi há poucos dias e destaquei o carácter civil do pessoal, que não havia uniformes”.
“Os argentinos também eram todos iguais, nenhum deles estava uniformizado”, acrescentou.
Esta não foi a primeira vez que a ministra expõe o governo ao constrangimento.
Em março,…
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