Tem aumentado consideravelmente a concentração de riqueza nas mãos de poucos ao redor do mundo. Um estudo recente da Capgemini revela que a fortuna acumulada pelos indivíduos de alto patrimônio líquido (HNWI) bateu um novo recorde em 2023, atingindo impressionantes US$ 86,8 trilhões. Esse número representa quase três vezes o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que alcançou US$ 27,36 trilhões no mesmo ano.

Diante desses dados, torna-se claro o crescimento dos milionários, não apenas em termos de riqueza acumulada, mas também no número de indivíduos que ultrapassam a marca de um milhão de dólares em patrimônio. Segundo o relatório, até o final de 2023, o mundo contava com 22,8 milhões de pessoas nesta categoria, um aumento de 5,1% comparado ao ano anterior. Esse avanço reflete não só uma recuperação econômica, mas também a expansão continuada da desigualdade global.

Qual é a magnitute da riqueza dos milionários comparada às economias globais?

A comparação da fortuna dos milionários com o PIB dos Estados Unidos é alarmante. Por um lado, mostra a capacidade de geração de riqueza dessa elite econômica; por outro, lança luz sobre a vasta disparidade econômica entre os super-ricos e o resto da população mundial. Com apenas 0,05% dessa riqueza, seria possível erradicar a insegurança alimentar, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Quem são os mais ricos entre os ricos?

O 1% mais rico, pessoas que possuem mais de US$ 30 milhões, detém uma quantia estonteante de US$ 29,5 trilhões. Esta parcela minúscula da população concentrou mais de um terço da riqueza total dos HNWIs, sublinhando a extrema concentração de capital no topo da pirâmide econômica.

Impacto Social da Disparidade de Riqueza

Esta crescente disparidade possui implicações sociais profundas. Um relatório recente da Oxfam destaca que enquanto os milionários aumentaram sua fortuna em 9% desde a pandemia em 2020, aproximadamente 5 bilhões de pessoas empobreceram no mesmo período. A previsão é sombria: o mundo pode ver seu primeiro trilionário em 2034, enquanto a erradicação da pobreza poderia levar mais de dois séculos no ritmo atual.

Esses dados demonstram não apenas o crescimento do patrimônio entre os mais afortunados, mas também a emergência de uma crise socioeconômica que se aprofunda, na qual a riqueza se concentra cada vez mais no topo, enquanto a maior parte da população global enfrenta condições econômicas cada vez mais precárias.