Por que o emprego nos EUA faz os juros dispararem no Brasil? Por que o emprego nos EUA faz os juros dispararem no Brasil?
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Por que o emprego nos EUA faz os juros dispararem no Brasil?

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Rodrigo Oliveira
2 minutos de leitura 07.06.2024 11:16 comentários
Análise

Por que o emprego nos EUA faz os juros dispararem no Brasil?

Payroll apontou abertura de 270 mil postos de trabalho nos Estados Unidos em maio, bem acima dos 180 mil esperados pelo consenso de mercado

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Rodrigo Oliveira
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Por que o emprego nos EUA faz os juros dispararem no Brasil?
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Os números do payroll, relatório de emprego americano, foram um balde de água fria nas expectativas de relaxamento da política monetária nos Estados Unidos e provocaram altas apostas para os juros até no Brasil.

De acordo com o relatório, foram criadas 272 mil vagas de emprego em maio. O número ficou muito acima das 180 mil esperadas pelos cerca de 70 economistas consultados pela Bloomberg. O aquecimento do mercado de trabalho americano é visto pelos investidores globais como um obstáculo ao início de um ciclo de cortes na taxa básica de juros americana.

O raciocínio é que as contratações respondem a uma demanda forte por produtos, o que pode impactar os preços. Uma alta de preços pressionaria os índices inflacionários e forçaria o FED (Federal Reserve) a manter as taxas mais altas por mais tempo, até que a economia mostre sinais de desaceleração.

Referência mundial

Como os juros americanos servem de referência para a economia mundial, quanto mais tempo os EUA atrasam o início do relaxamento monetário, mais difícil é para as economias menos centrais, como a brasileira oferecerem taxas mais baixa, sob pena de uma emigração de recursos para os Estados Unidos, com desvalorização da moeda local.

Após os dados do payroll, a precificação de mercado para o início dos cortes de juros americanos, que apontavam uma chance de 80% de uma redução nos juros em setembro caiu para perto de 50%. Além disso, as expectativas de que a situação econômica pudesse impulsionar o FED a promover dois cortes de 0,25 ponto percentual neste ano, que era tido como certo na quinta-feira, praticamente, passaram para menos de 80%.

Por aqui, a curva futura de juros, que aponta qual a taxa entendida como justa para os investidores em diversos prazos, reagiu com alta nas taxas. Nos vencimentos mais longos, acima de cinco anos, o avanço chegou até 0,15 ponto percentual.

Para o mercado financeiro, as chances de um novo corte na Selic pelo Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto (foto), ainda este ano passou virtualmente a zero. Além disso, somando o cenário externo com as incertezas locais, os investidores ainda adicionaram uma possibilidade de alta da taxa básica de juros local antes do fim de 2024.

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Rodrigo Oliveira

Jornalista pela UnB (Universidade de Brasília), pós-graduado em Marketing &amp; Mídias Digitais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especializado em finanças e negócios. É Analista de Valores Mobiliários (CNPI) certificado pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) com quatro anos de experiência profissional no mercado financeiro.

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