Enchentes no RS derrubam produção de carros em 25%
Segundo dados da Anfavea, na comparação com maio de 2023, a redução na produção de carros foi ainda maior, chegando a 26,8%
Devido às enchentes no Rio do Sul e à paralisação dos servidores ambientais, o setor automotivo teve uma forte queda de 24,9% na produção de veículos no mês passado, é o que informa dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta sexta-feira, 7.
Na comparação com maio de 2023, a redução foi ainda maior, chegando a 26,8%. Com esses resultados, a tendência de crescimento que vinha sendo registrada no acumulado do ano se transformou em retração. Entre janeiro e maio, foram montadas 926,8 mil unidades, representando uma queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os emplacamentos de veículos também foram impactados, com uma redução de 12% em maio em comparação com abril. No entanto, em relação a maio de 2023, houve um crescimento de 10%, mantendo números positivos nos primeiros cinco meses deste ano. Ao todo, foram vendidos 929,7 mil veículos leves e pesados.
Comercialização de carros no RS
No mercado do Rio Grande do Sul, a comercialização de carros sofreu uma queda expressiva de 64%. Além das enchentes no estado, a paralisação dos servidores ambientais também impactou o licenciamento de automóveis novos, mantendo veículos retidos em pátios e portos aguardando autorização para embarque e distribuição.
À Folha de S. Paulo, Francisco Tripodi, sócio-diretor da consultoria Pieracciani, alertou que as vendas e a produção devem diminuir em 2024 devido aos problemas enfrentados no sul do país, que abriga um polo automotivo relevante. As montadoras têm adotado férias coletivas como forma de mitigar o impacto, mas os efeitos sobre o faturamento e as vendas das empresas da região já são evidentes.
Tripodi destacou que o estado possui um polo automotivo forte e que a produção de um veículo pode ser interrompida pela falta de apenas um componente. Ele menciona uma situação anterior em que uma grande montadora teve sua produção paralisada por conta da falta de um parafuso importado, que enfrentou problemas de importação e desabastecimento. A solução encontrada na época foi buscar um fornecedor local para substituir a importação pela produção local.
Confiança na retomada do setor
Em nota, José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), afirma que a entidade não revisará suas previsões no momento, pois acredita na retomada do setor. Ele ressalta que, apesar das dificuldades enfrentadas no Rio Grande do Sul, cujos prejuízos das enchentes ainda estão sendo contabilizados, as condições favoráveis de crédito têm mantido o mercado aquecido no restante do país, tanto em maio quanto nos primeiros cinco meses deste ano.
O estado respondeu por cerca de 4% dos licenciamentos de veículos no Brasil até abril. Embora tenham ocorrido perdas, parte dessa frota poderá ser reposta nos próximos meses, levando em consideração os sinistros que ainda não foram registrados. A situação demanda cautela, mas o mercado automotivo mantém um viés positivo.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)