Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo suspendem greve
A possibilidade de uma greve foi levantada diante do impasse nas negociações de reajustes salariais e benefícios trabalhistas
Uma assembleia realizada na manhã desta quinta-feira, 6, entre motoristas, cobradores, mecânicos e outros profissionais do transporte de ônibus municipal de São Paulo resultou na decisão unânime de suspender a greve que estava prevista para esta sexta-feira, 8.
A suspensão da paralisação foi aprovada pelo SindMotoristas, sindicato que representa os trabalhadores do transporte rodoviário urbano. Nos próximos dias, uma mesa técnica será instalada no Tribunal de Contas do Município (TCM) para dar continuidade às negociações entre as empresas e os funcionários, que reivindicam aumento salarial e outros benefícios trabalhistas.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o acordo para suspender a greve foi intermediado pela Justiça do Trabalho e pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União Brasil), durante uma reunião realizada na quarta-feira, 5.
Estado de greve
O SindMotoristas informou que durante as negociações, os trabalhadores permanecerão em estado de greve e realizarão ações de mobilização junto à categoria. No entanto, por enquanto, o risco de uma nova paralisação foi afastado.
A mesa técnica de negociações no TCM contará com representantes do sindicato dos trabalhadores, das empresas de ônibus, da SPTrans (empresa municipal responsável pela administração das linhas) e da Câmara Municipal, segundo informações fornecidas pelo SindMotoristas. Membros do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal Regional do Trabalho também poderão ser convidados a participar.
A possibilidade de uma greve foi levantada na última segunda-feira, 3, diante do impasse nas negociações de reajustes salariais e benefícios trabalhistas. As discussões entre os representantes dos trabalhadores e das dez empresas que operam o serviço na capital ocorrem desde o ano passado.
Exigências dos empregados
Os empregados exigem um reajuste de 3,69% com base no IPCA (inflação oficial), além de um aumento real de 5% e reposição das perdas salariais durante a pandemia, que chegam a 2,46% segundo cálculos do Dieese.
Essa demanda é superior aos 2,77% oferecidos pelo setor patronal, que também propôs recompor a diferença através do Salariômetro, indicador medido pela Fipe.
Além dos aumentos salariais, outros pontos importantes na pauta dos trabalhadores incluem reclamações em relação ao aumento da jornada de trabalho, que passou de seis horas e meia para oito horas efetivas por dia, de acordo com o sindicato.
A audiência de conciliação ocorreu após um pedido da Prefeitura de São Paulo à Justiça do Trabalho para garantir que 100% da frota de ônibus estivesse em funcionamento nos horários de pico durante a greve, e pelo menos 80% nos demais horários do dia.
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