Dólar no maior patamar desde março do ano passado
Preocupação com uma guinada populista entre emergentes tem pesado contra as moedas dos países do grupo
Após os encaminhamentos eleitorais no México e na Índia, moedas emergentes começaram a perder força contra o dólar. A vitória de Claudia Sheinbaum no país latino-americano, acompanhada de um parlamento fortemente alinhado a políticas mais intervencionistas, e a provável eleição de nomes no legislativo mais ligados a práticas populistas nas eleições do par asiático tem pressionado as divisas emergentes.
Na sessão desta terça-feira, 4, o peso mexicano acumulou mais 0,97% de queda contra dólar (após uma queda de quase 4% no dia anterior) e a rúpia indiana recuou 0,46% na comparação com a divisa americana. A deterioração da percepção internacional sobre o grupo fez com que 15 de 23 moedas emergentes se desvalorizassem frente o dólar.
O real brasileiro caiu mais 0,79% nas negociações desta terça-feira, o que fez com que o dólar fosse para o maior patamar desde 23 de março de 2023, cotado a 5,29 reais.
Os juros futuros locais subiram com dados mais fortes que o esperado para o PIB (Produto Interno Bruto). Os vencimentos intermediários avançaram até 6 pontos base, enquanto os mais longos recuaram 3 pontos base.
Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram uma economia mais dinâmica que o antecipado com crescimento de 0,8% no primeiro trimestre, contra 0,7% esperados para a comparação com o trimestre encerrado em dezembro do ano passado. Na leitura anual, o PIB avançou 2,5% contra 2,3% das estimativas.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, marcou a quinta sessão consecutiva no vermelho, em queda de 0,19%, aos 121,8 mil pontos. No ano, o indicador brasileiro acumula 9,23% de perdas. Em dólar, a bolsa local tem desempenho ainda pior, com desvalorização de 16,70%.
Nas negociações desta terça-feira, 4, Vale (-1,02%), Petrobras (-1,11% PN; -0,57% ON) e BRF (-3,53%) lideraram as contribuições negativas para o Ibovespa, acompanhando as quedas nos preços das commodities globais. Do lado positivo, Embraer (2,59%), WEG (+1,23%) e Ambev (+1,21%) seguraram o indicador próximos à estabilidade.
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