Aliança entre facções é o próximo passo do crime organizado
Conexão amplia o risco e a violência nas regiões afetadas pelo tráfico de drogas, indicando um problema que vai além das fronteiras estaduais.
A recente chacina em Ribeirão das Neves destaca a nova etapa do crime organizado, a aliança entre facções criminosas em diferentes estados.
Segundo investigações da Polícia Civil, essa conexão amplia o risco e a violência nas regiões afetadas pelo tráfico de drogas, indicando um problema que vai além das fronteiras estaduais.
O envolvimento de membros da facção do Comando Vermelho (CV), junto com líderes de outras organizações criminosas, revela um mercado de entorpecente interligado que beneficia diretamente o comércio ilegal, segundo especialistas em segurança pública.
A investigação aponta que Berola e Alemão, líderes de facções diferentes, são suspeitos de orquestrar uma violenta chacina durante uma festa de aniversário.
O que revela a aliança entre facções criminosas de diferentes Estados?
De acordo com Ludmila Ribeiro, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, essa aliança entre facções possibilita um acesso facilitado às drogas.
“A simplificação do processo de aquisição e venda de drogas sem intermediários reduz custos e assegura a disponibilidade constante para venda, beneficiando ambas as partes envolvidas,” explicou Ribeiro.
Conexão entre o CV e outros grupos influencia a segurança regional
A proteção vendida pelo CV a facções menores em Minas Gerais gera um aparente aumento de poder entre traficantes locais, potencializando conflitos e escalando a violência em áreas sob seu domínio.
“Essa aliança não apenas fortalece grupos locais frente a rivais, como também instiga conflitos territoriais frequentes, elevando a incidência de violência nas áreas afetadas,” detalhou a especialista.
Impacto das operações policiais na aliança entre facções
Inteligência policial: Investir na capacitação e na inteligência das forças de segurança é essencial para desmantelar essa rede interligada de tráfico.
Cooperação inter-estadual: Uma abordagem colaborativa entre diferentes jurisdições se faz necessária para cortar rotas de tráfico e abastecimento entre os estados.
Recentes prisões de lideranças importantes dessas organizações, como a de “Chapola”, chefe do tráfico do Morro do Dendê, exemplificam a necessidade de operações contínuas e integradas nas estratégias de combate ao crime organizado.
Combate ao crime organizado
Além das operações e táticas de interceptação, é imperativo combater a corrupção dentro das próprias forças de segurança.
Ludmila Ribeiro enfatiza que o combate efetivo ao crime organizado passa necessariamente pela integridade das instituições. “Sem a colaboração da polícia e sem dar margem à corrupção, o fardo da criminalidade seria significativamente mais pesado para os criminosos“, conclui Ribeiro.
A mortal chacina em Ribeirão das Neves não apenas expõe a brutalidade dos conflitos causados pelo tráfico, mas também reitera a necessidade de estratégias multifacetadas para um combate eficaz que possa garantir a segurança pública.
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