Crusoé: condenação no caso Stormy Daniels não tira um voto de Trump
Caso de Stormy Daniels é insignificante e só irá fortalecer a ideia de Trump como um perseguido político para as eleições de 5 de novembro
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), foi condenado por júri popular em todas as acusações no caso do suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels nesta quinta-feira, 30 de maio. O caso não irá tirar nenhum voto de Trump, e é bem provável que poderá ajudar o pré-candidato pelo Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos.
Desde que começou a ter de frequentar tribunais por diversas acusações — de fraude nos negócios imobiliários até insurreição armada — Trump viu sua popularidade aumentar e sua posição nas pesquisas subir. Hoje ele é o favorito em cinco dos seis estados-pêndulo, que oscilam para um partido ou para outro e costumam definir as eleições nos Estados Unidos.
Além disso, o caso de Stormy Daniels é insignificante e só irá fortalecer a ideia de Trump como um perseguido político.
O tema em questão é muito menos grave do que outras acusações, que correm em outros processos, como a de tentar comandar uma massa para impedir o reconhecimento da vitória de Joe Biden no Colégio Eleitoral ou de distorcer a contagem de votos na Geórgia.
Eis o caso: o advogado de Trump à época, Michael Cohen, uma espécie de faz-tudo do republicano, pagou 130 mil dólares para um atriz pornô para que ela mantivesse a boca fechada e não atrapalhasse a corrida eleitoral em 2016.
Não há nada que prove que Trump e ela realmente tenham tido uma relação sexual, ainda que ela tenha dado detalhes sobre isso. Duas frases dela, publicadas em seu livro Full Disclosure, são lapidares: “Talvez tenha sido o sexo menos impressionante que eu já fiz, mas claramente ele não compartilhou dessa opinião” e “ele sabe que tem um pênis incomum. Tem um grande cogumelo na ponta“.
O problema todo é que o dinheiro gasto nessa história, uma merreca para os padrões de Trump, foi pago pelo advogado Michael Cohen. Ele, depois, registrou isso como despesas advocatícias.
O enguiço todo é que os promotores convenceram os jurados que o dinheiro deveria ter sido registrado como despesas de campanha, uma vez que teria ajudado Trump a se eleger em 2016.
Mas não há qualquer motivo para acreditar que Trump só foi vitorioso em 2016 porque comprou o silêncio de Stormy Daniels.
Declarações…
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