O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai analisar as diretrizes apresentadas pelo Ministério da Justiça sobre o uso de câmeras corporais de forças policiais. A pasta do governo do presidente Lula (PT) apresentou nesta terça-feira, 28, um manual com sugestões de uso dos equipamentos para todos os estados.

Derrite esteve no evento de lançamento das normas no Ministério da Justiça, em Brasília. Apesar de o secretário dizer que os integrantes do governo paulista foram consultados informalmente por técnicos para formular o documento, Derrite não quis adiantar uma análise da norma.

“Vamos esperar anunciar (as 16 diretrizes) mas só quando tiver conhecimento vamos ver [se vamos seguir todas]”, afirmou o secretário.

A portaria deixa em aberto a decisão sobre qual modelo de câmera adotar. Os estados têm a liberdade para escolher entre o modelo de gravação automática e ininterrupta ou aquele que permite ao próprio policial desligá-la. Essa flexibilidade foi estabelecida para preservar a intimidade e privacidade dos agentes durante pausas e intervalos de trabalho.

Na semana passada, o governo de São Paulo passou a ser alvo de críticas depois de lançar um edital para compra de câmeras corporais que previa o “liga da desliga” dos equipamentos por parte dos policiais. Derrite negou que haverá interrupção de gravação, já que um sistema de inteligência artificial acionará o equipamento caso o policial não o faça.

“A nossa preocupação é que no contrato atual gaste-se muitos recursos para armazenar doze horas de gravação e boa parte desses vídeos não tem relevância para investigações policiais. É o que chamamos de vídeos de rotina. É importante dizer: vai gravar o tempo inteiro, mas não vai armazenar todos os vídeos que têm relevância”, disse Derrite.