USP ecoa narrativa anti-Israel em evento USP ecoa narrativa anti-Israel em evento
O Antagonista

USP ecoa narrativa anti-Israel em evento

avatar
Alexandre Borges
4 minutos de leitura 28.05.2024 06:51 comentários
Brasil

USP ecoa narrativa anti-Israel em evento

Palestra online sobre "apartheid" e "ocupação" israelense levanta preocupações sobre antissemitismo na principal universidade do Brasil

avatar
Alexandre Borges
4 minutos de leitura 28.05.2024 06:51 comentários 0
USP ecoa narrativa anti-Israel em evento
Foto: Reprodução

Uma palestra programada para esta terça-feira, 28, às 18h, na USP, está gerando polêmica e acusações de antissemitismo. O evento, organizado pela Faculdade de Direito da USP, aborda o tema “Apartheid e a ocupação israelense de Territórios Palestinos” e será realizado de forma online.

Um dos palestrantes anunciados, Paulo Borba Casella, publicou artigo de opinião no site da faculdade de direito da USP: “Genocídio, crimes de guerra, tratamento desumano e degradante, e apartheid (usp.br)“. Nele, o autor diz que Israel “tem o direito de existir e se defender”, mas “excessos” em conflitos armados devem ser punidos. O texto segue ecoando narrativas de adversários de Israel.

Segundo a definição prática de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), negar ao povo judeu o seu direito à autodeterminação, por exemplo, afirmando que a existência do Estado de Israel é um empreendimento racista, configura antissemitismo. A definição da IHRA descreve o antissemitismo como “uma determinada percepção dos judeus, que se pode exprimir como ódio em relação aos judeus”.

As manifestações de antissemitismo, segundo a IHRA, podem incluir:

  • Negar ao povo judeu o direito à autodeterminação, ao afirmar que a existência do Estado de Israel é um empreendimento racista.
  • Aplicar uma dualidade de critérios, requerendo um comportamento de Israel que não se espera de qualquer outra nação democrática.
  • Utilizar símbolos ou imagens associados ao antissemitismo clássico para caracterizar Israel ou os israelitas.
  • Considerar todos os judeus coletivamente responsáveis por ações específicas do Estado de Israel.

A escolha do tema e a abordagem adotada na palestra suscitam preocupações. Eventos que retratam Israel como um estado “apartheid” não apenas distorcem a realidade complexa da região, mas também alimentam uma narrativa que deslegitima o único estado judeu e democrático do Oriente Médio. Israel é reconhecida como uma democracia que garante liberdades civis a todos os seus cidadãos, incluindo árabes.

Ao promover um evento que emprega terminologia tendenciosa, a USP corre o risco de contribuir para a disseminação de ideias antissemitas. É crucial que o debate acadêmico sobre o conflito seja equilibrado e evite perpetuar preconceitos e ódio.

Antissionismo é Antissemitismo

O antissionismo é, na verdade, uma forma de antissemitismo, pois nega aos judeus o direito de terem seu próprio estado, algo que não é questionado para qualquer outro grupo nacional no mundo. Enquanto críticas a políticas específicas de Israel são legítimas e fazem parte do debate democrático, negar a própria existência de Israel e o direito dos judeus à autodeterminação é uma posição discriminatória e parcial.

A ideia de que o sionismo é um movimento racista ignora fatos importantes: metade dos judeus de Israel não são brancos e qualquer pessoa, de qualquer raça ou etnia, pode se tornar judia. Além disso, 20% da população israelense é composta por cidadãos árabes que possuem os mesmos direitos dos cidadãos judeus.

A questão da presença israelense na Cisjordânia e em Gaza, desocupada unilateralmente por Israel em 2005, está ligada a preocupações de segurança após tentativas de destruição do estado judeu. A rejeição palestina de várias ofertas de paz desde 1947 mostra que o objetivo não é a criação de um estado palestino ao lado de Israel, mas a substituição de Israel por um estado palestino.

De todos os países do mundo, apenas Israel enfrenta uma campanha global que busca deslegitimar sua existência. Isso revela um viés claro contra o estado judeu, caracterizando o antissionismo como uma forma moderna de antissemitismo.

A realização do evento na USP sobre “Apartheid e a ocupação israelense de Territórios Palestinos” é um exemplo preocupante de como o antissemitismo pode se manifestar no discurso acadêmico.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”

Visualizar notícia
2

Ellen DeGeneres deixa EUA após escândalos e reeleição de Trump

Visualizar notícia
3

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
4

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
5

Bolsonaro deixou aloprados aloprarem?

Visualizar notícia
6

"Não faz sentido falar em anistia", diz Gilmar

Visualizar notícia
7

A novela do corte de gastos do governo Lula: afinal, sai ou não sai?

Visualizar notícia
8

PGR vai denunciar Jair Bolsonaro?

Visualizar notícia
9

Mandado contra Netanyahu não tem base, diz André Lajst

Visualizar notícia
10

Calendário PIS 2025 (22/11): Saiba os valores e como receber

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Feriados (22/11): 22 de novembro é feriado? Saiba agora!

Visualizar notícia
2

Ellen DeGeneres deixa EUA após escândalos e reeleição de Trump

Visualizar notícia
3

Calendário PIS 2025 (22/11): Saiba os valores e como receber!

Visualizar notícia
4

Mandado contra Netanyahu não tem base, diz André Lajst

Visualizar notícia
5

Bolsonaro deixou aloprados aloprarem?

Visualizar notícia
6

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
7

PGR vai denunciar Jair Bolsonaro?

Visualizar notícia
8

Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”

Visualizar notícia
9

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
10

"Não faz sentido falar em anistia", diz Gilmar

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!
< Notícia Anterior

Paulo Pimenta volta para a mira da CCJ da Câmara

28.05.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Evite multas no IRPF 2024: declare já, mesmo incompleta

28.05.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Alexandre Borges

Analista Político em O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

PF indiciou padre em caso de golpismo

PF indiciou padre em caso de golpismo

Alexandre Borges Visualizar notícia
22 de novembro é feriado? Saiba onde!

22 de novembro é feriado? Saiba onde!

Visualizar notícia
Calendário PIS 2025 (22/11): Saiba os valores e como receber

Calendário PIS 2025 (22/11): Saiba os valores e como receber

Visualizar notícia
Alerta laranja do Inmet para risco de chuvas intensas. Veja as regiões

Alerta laranja do Inmet para risco de chuvas intensas. Veja as regiões

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.