Semana difícil para mercado com fiscal e meta de inflação “exigentíssima”
Ibovespa caiu 3% no período, o pior recuo desde março de 2023. Apenas 17 das 86 ações que compõem o indicador chegaram à sexta-feira com ganhos
Os ativos brasileiros sofreram nos últimos cinco dias, com preocupação renovada com a saúde das contas públicas e com reclamação do ministro da Fazenda de que a meta de inflação em 3% é “exigentíssima” e “inimaginável”.
Na quarta-feira, 24, dois eventos locais pioraram os ânimos dos investidores. Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou da dificuldade para se alcançar a meta de inflação e ecoou o presidente Lula no primeiro semestre do ano passado, quando o petista pedia uma meta mais frouxa para dar espaço para juros menores.
Durante a tarde do mesmo dia, o governo apresentou o relatório de receitas e despesas do 2º bimestre e mostrou deterioração das expectativas para a meta de déficit zero para o resultado primário. Agora, a equipe econômica estima que as contas devem fechar o ano em quase 15 bilhões de reais no vermelho, contra pouco mais de 9 bilhões na leitura do 1º bimestre do ano.
Além disso, a Ata do Fomc nos Estados Unidos indicando forte propensão dos membros do FED (Federal Reserve) em manter os juros mais altos por ainda mais tempo que o antecipado contribuiu para o mau humor.
O resultado foi uma queda de 3% no período no Ibovespa, principal índice acionário do país. que encerrou a sexta-feira, 24, aos 124,3 mil pontos. Apenas 17 das 86 ações que compõem o indicador fecharam a semana com ganhos, nesta que foi a pior queda para o acumulado em cinco dias de pregão em 14 meses.
As taxas dos juros futuros subiram em todos os prazos no período, como os papéis com vencimento entre um e cinco anos avançando quase 20 pontos. Apesar das taxas mais locais mais altas, o dólar continuou avançando sobre o real. A moeda americana subiu 1,24% na semana para fechar a sexta-feira, 24, valendo 5,17 reais.
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