Líder da direita populista alemã cai após relativizar nazismo
Maximilian Krah, da AfD, renuncia e é banido de eventos eleitorais após comentários isentando nazistas
O líder do partido de direita populista Alternativa para a Alemanha (AfD), Maximilian Krah, renunciou à liderança e foi banido de eventos eleitorais após controvérsias envolvendo comentários sobre a era nazista. Krah, que era o favorito do partido para as eleições do Parlamento Europeu em junho, anunciou sua decisão nesta quarta-feira, 22.
A polêmica começou quando Krah declarou ao jornal italiano La Repubblica que um membro da SS nazista “não é automaticamente um criminoso” e que “antes de declarar alguém criminoso, quero saber o que ele fez”. Essas declarações geraram uma reação negativa intensa, levando o AfD a proibir Krah de participar de eventos eleitorais, embora ele continue como cabeça de lista devido ao curto prazo para substituição.
Krah afirmou em uma rede social: “Minhas declarações factuais e diferenciadas estão sendo mal utilizadas como pretexto para prejudicar o nosso partido. A última coisa que precisamos agora é de um debate sobre mim.” Ele acrescentou que se absterá de campanhas e renunciará ao cargo de membro do conselho executivo federal.
A repercussão não se limitou à Alemanha. O Ressemblement National (RN) da França, principal partido de direita populista do país, anunciou na terça-feira, 21, que cortará laços com o AfD no Parlamento Europeu. “Jordan Bardella, presidente do RN, decidiu não mais se sentar com os alemães na próxima legislatura”, declarou Alexandre Loubet, diretor de campanha do RN.
A divisão entre os partidos ocorre às vésperas das eleições para o Parlamento Europeu, em que quase 400 milhões de pessoas votarão. A AfD está com 15% de intenção de voto, uma queda em relação aos 23% no final de 2023, mas ainda acima dos 11% das eleições de 2019.
AfD e as polêmicas de Krah
As declarações recentes de Krah são apenas a mais recente de uma série de controvérsias envolvendo o político e o AfD. Em janeiro, membros do partido participaram de uma reunião discutindo a expulsão em massa de estrangeiros. Em abril, um assistente de Krah, Jian G., foi preso por suspeita de espionagem para a China. Além disso, no mês passado, a justiça alemã iniciou uma investigação sobre suposto financiamento russo e chinês para Krah.
Na semana passada, Björn Höcke, outro membro do AfD, foi multado em 13 mil euros por usar um lema nazista durante um evento eleitoral em 2021.
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