Microplásticos são encontrados em testículos humanos
Pesquisa identificou 12 diferentes tipos de microplásticos nestes tecidos.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Novo México nos Estados Unidos trouxe uma nova preocupação com relação à contaminação por microplásticos: agora, eles foram encontrados nos testículos humanos.
Isso levanta uma série de questões sobre os potenciais efeitos adversos dessas partículas na saúde reprodutiva masculina.
Como os microplásticos chegam aos testículos humanos
A pesquisa, que também incluiu amostras de testículos de cães devido à proximidade com humanos, identificou 12 diferentes tipos de microplásticos nestes tecidos.
Para compreender melhor, os cientistas utilizaram métodos como a espectrometria de massa para analisar as amostras tratadas quimicamente, centrifugadas e aquecidas para a detecção de microplásticos.
O que são Microplásticos?
Microplásticos são pequenos pedaços de plástico com menos de cinco milímetros de tamanho, que podem ser provenientes da degradação de produtos plásticos maiores ou mesmo despejados diretamente no ambiente em forma menor, como as microesferas usadas em cosméticos.
A presença destas partículas nos tecidos testiculares sugere uma invasão ao sistema reprodutivo que pode comprometer a produção e qualidade dos espermatozoides.
Esse estudo encontrou, em média, 329,44 microgramas de microplásticos por grama de tecido humano, um número que soa o alarme para as futuras gerações, indicando um crescente acúmulo dessas partículas onde não deveriam estar.
Impactos mais amplos dos microplásticos na saúde
A problemática dos microplásticos não se limita aos danos reprodutivos.
Estudos anteriores já identificaram essas partículas em locais como a placenta humana e o leite materno, indicando que ninguém está seguro e agora estudos mostram que eles também podem ter impactos significativos no cérebro.
No estudo da Universidade de Rhode Island, camundongos expostos à água contaminada com microplásticos mostraram alterações comportamentais, semelhantes aos sintomas de demência em humanos.
Essas partículas também foram encontradas em órgãos cruciais, como cérebro e coração, desafiando barreiras do organismo que são extremamente restritivas.
O cenário apontado baseia-se na interação dessas substâncias com componentes vitais do corpo, como a proteína ácida fibrilar glial (GFAP), cuja redução está ligada ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
Portanto, o crescente acúmulo de microplásticos no corpo humano e no meio ambiente é uma emergência que necessita de atenção global urgente.
Próximos passos na pesquisa
Com os alarmantes resultados observados, a próxima fase da pesquisa buscará entender mais profundamente como os microplásticos afetam o cérebro e sua capacidade de manter a homeostase, além de explorar as potenciais conexões com distúrbios e doenças neurológicas.
A preocupação com os microplásticos é agora uma questão de saúde global que exige uma resposta rápida e eficaz, não apenas para a proteção ambiental, mas para salvaguardar a saúde e o próprio futuro da reprodução humana.
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