Governo adia leilão de arroz importado após especulação do Mercosul
O bloco elevou em até 30% o preço do cereal após intenção de compra pelo governo brasileiro
O governo decidiu adiar a compra de cerca de 100 mil toneladas de arroz do Mercosul, previsto para esta terça-feira, 21. Segundo integrantes do Palácio do Planalto, o adiamento tem relação à especulação do Mercosul em relação ao valor das sacas. O bloco elevou em até 30% o preço do cereal.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que a “data de realização será publicada oportunamente”. A importação do arroz foi anunciada pelo governo como forma de tentar evitar o desabastecimento por conta das chuvas no Rio Grande do Sul. O estado gaúcho é responsável por 70% do grão produzido no Brasil.
Há cerca de duas semanas, o presidente Lula (PT) editou uma medida provisória autorizando a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Conab. Ao portal G1, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, alegou que a suspensão da compra veio após a especulação de preço feita pelos países do Mercosul.
“Nós íamos comprar 100 mil toneladas, mas, pelos preços que o Mercosul estava anunciando, compraríamos só 70 mil. Certamente, eles vão voltar para a realidade, porque não é justo”, afirmou Fávaro.
Taxa de importação
Em reposta ao Mercosul, o governo brasileiro decidiu, na segunda-feira, 20, zerar até 31 de dezembro a tarifa de importação de três tipos de arroz. A expectativa do Ministério da Agricultura é de procurar outros mercados como Tailândia e Vietnã, já que a produção de países do Mercosul não é capaz de atender a demanda.
Em 2024, até abril, as compras de arroz da Tailândia já representam 18,2% do total importado. Dois tipos de arroz não parbolizado e um tipo polido foram incluídos na lista de exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul, o que permite ao país mexer na tarifa sem consultar os demais membros do bloco.
“Ao zerar as tarifas, buscamos evitar problemas de desabastecimento ou de aumento do preço do produto no Brasil, por causa da redução de oferta”, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
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