CFM prepara recurso contra decisão de Moraes sobre aborto
Para o Conselho Federal de Medicina, o procecimento (assistolia fetal) é “profundamente antiético e perigoso em termos profissionais”
O Conselho Federal de Medicina (CFM) prepara um recurso para tentar reverter a decisão do ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal, suspendendo uma resolução da entidade que proíbe a utilização de uma técnica clínica (assistolia fetal) para a interrupção de gestações acima de 22 semanas decorrentes de estupro.
A decisão liminar de Moraes foi concedida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 1141) impetrada pelo PSOL e será submetida a referendo do Plenário na sessão virtual que começará no próximo dia 31 de maio.
Para o CFM, o procedimento clínico é “profundamente antiético e perigoso em termos profissionais”.
A assistolia fetal consiste em técnica que utiliza medicações para interromper os batimentos cardíacos do feto, antes de sua retirada do útero.
“Optar pela atitude irreversível de sentenciar ao término uma vida humana potencialmente viável fere princípios basilares da medicina e da vida em sociedade”, afirmou o Conselho.
Na avaliação de Moraes, porém, há indícios de abuso do poder regulamentar por parte do Conselho Federal de Medicina ao limitar a realização de procedimento médico reconhecido e recomendado pela Organização Mundial de Saúde e previsto em lei.
Ao conceder a liminar, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que, aparentemente, o Conselho ultrapassou sua competência regulamentar impondo tanto ao profissional de medicina quanto à gestante vítima de um estupro uma restrição de direitos não prevista em lei, “capaz de criar embaraços concretos e significativamente preocupantes para a saúde das mulheres”.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)