Homem joga garrafas de arroz no mar para salvar vidas na Coreia do Norte
Descubra como garrafas plásticas para a Coreia do Norte trazem esperança e resistência, recheadas de arroz e cultura.
Na pacata ilha de Seokmodo, situada ao largo das costas da Coreia do Sul, uma figura se destaca contra o horizonte matinal. Park Jung-oh, já habilitado pela rotina e movido por uma determinação férrea, arremessa garrafas plásticas recheadas de arroz em direção à Coreia do Norte. A cena, rica em simbolismo e esperança, ocorre desde junho de 2020, apesar das restrições impostas pelo governo sul-coreano devido às tensões políticas.
Por que enviar garrafas plásticas para a Coreia do Norte?
Park, um desertor norte-coreano, compreende profundamente a dura realidade de seu país natal. Testemunha de inúmeras tragédias humanitárias nas ruas da Coreia do Norte, ele foi impactado pelo extremo cenário de fome que assolava sua terra. Essas experiências moldaram seu ativismo hoje, onde cada garrafa simboliza tanto um gesto de solidariedade quanto uma crítica velada ao regime norte-coreano.
Como é o processo de envio das garrafas?
Inicialmente, o envio das garrafas começou como um ato discreto, visando evitar represálias. No entanto, a revogação de uma proibição pelo Tribunal Constitucional permitiu que Park realizasse suas ações abertamente. A escolha do dia para lançar as garrafas não é aleatória; é meticulosamente planejada com a ajuda de especialistas para garantir que as marés favoreçam a rápida chegada das garrafas ao norte.
O que contém nas garrafas enviadas para a Coreia do Norte?
Além de arroz, componente vital dado o estado de necessidade dos norte-coreanos, as garrafas também incluem um pendrive com conteúdo digital que oferece uma janela para o mundo exterior. Canções de K-pop, dramas coreanos e até uma cópia da Bíblia digital são recursos que, segundo Park, podem inspirar e informar aqueles que vivem sob o rigoroso regime norte-coreano.
O impacto das garrafas além das fronteiras
A estratégia de Park, embora arriscada, já mostrou sinais de sucesso e reconhecimento. Histórias de norte-coreanos que encontraram as garrafas e se beneficiaram do conteúdo ou do próprio arroz são testemunhos do impacto significativo destas ações. Uma mulher, após verificar a segurança do arroz alimentando-o a um animal, conseguiu vender o arroz a bom preço, mostrando o desespero e a astúcia necessários para sobreviver naquele contexto.
Apesar dos desafios legais e sociais, e até do perigo de retaliações, Park persiste. Sua jornada desde a fuga da repressão em sua terra natal até se tornar um ativista na Coreia do Sul ilustra o poder de transformação do indivíduo frente a regimes opressivos. Através de simples garrafas plásticas, ele fornece não apenas alimento, mas também esperança e resistência contra a opressão.
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